Erdogan acusa Europa de transformar Mediterrâneo num cemitério

3

unaoc / Flickr

Recep Erdogan, Presidente da Turquia

Recep Erdogan, Presidente da Turquia

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou hoje os países europeus de terem transformado o mar Mediterrâneo num “cemitério de migrantes”, numa reação às imagens que mostraram o corpo de uma criança síria encontrada numa praia turca.

“Os países europeus que transformaram o Mediterrâneo num cemitério de migrantes partilham a responsabilidade de cada refugiado morto”, afirmou o presidente islâmico-conservador turco, em declarações na capital turca.

Na quarta-feira, a fotografia de Aylan Kurdi, o menino sírio de três anos cujo corpo deu à costa na praia turca de Bodrum, tornou-se viral no mundo inteiro, provocando uma vaga de indignação e de consternação.

Com o seu pai, o único sobrevivente da família, a sua mãe e o seu irmão de cinco anos, o menino sírio viajava numa pequena embarcação que tentava alcançar a costa grega.

“O corpo de uma pequena criança de três anos foi encontrado nas nossas praias. Será que a humanidade não deve ser responsabilizada?”, questionou o Recep Tayyip Erdogan, diante de uma plateia de empresários, na véspera de uma reunião dos ministros das Finanças e dos governadores dos bancos centrais do G20 em Ancara.

“Não são apenas os migrantes que se estão afogar no Mediterrâneo, mas também a nossa humanidade”, sublinhou o chefe de Estado turco, que denunciou a recusa dos países europeus para acolher mais refugiados sírios nos respetivos territórios.

Erdogan aproveitou a ocasião para recordar que a Turquia acolhe atualmente perto de dois milhões de refugiados sírios que fugiram da guerra civil que afeta a Síria há quatro anos, ao abrigo de uma política de “porta aberta”.

“Não abandonamos as pessoas que fogem de bombas porque somos humanos”, frisou o presidente turco, acrescentando, no entanto, que não é justo sobrecarregar alguns países, nomeadamente a Turquia, com um problema de contornos mundiais.

“Os países europeus que estabeleceram os critérios para os direitos humanos e as liberdades fundamentais estão agora a virar as costas a esses princípios“, concluiu.

/Lusa

3 Comments

  1. Tudo certo! “…perto de dois milhões de refugiados sírios que fugiram da guerra civil que afeta a Síria há quatro anos…” Não fogem do EI, fogem da guerra! ( para quem não percebeu a diferença entre uma coisa e outra )

  2. Sim e que condições maravilhosas lhes dão… tendas no deserto, isolados das populações locais, com direito a guarda policial e auxilio das organizações internacionais, é fácil ser solidário, não? Olhando por esse prisma a Europa não tem
    desertos para montar as tendas dos campos de refugiados, mas pode sempre fazer barracas nas suas muitas montanhas e serras, não? E Portugal, como dizia o outro, sempre tem a margem sul do Tejo ….

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.