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Amnistia Internacional passa a defender descriminalização da prostituição

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A organização não-governamental Amnistia Internacional (AI) votou esta terça-feira a favor da defesa da despenalização da prostituição, clientes e proxenetas incluídos, apesar da controvérsia em torno desta iniciativa.

O projeto de resolução, que apela ao estabelecimento “de um quadro legal no qual todos os elementos do trabalho do sexo serão despenalizados” foi adotado durante o Conselho internacional da ONU, que reuniu em Dublin cerca de 400 delegados, anunciou ontem a AI.

A ONG não quis precisar o número de delegados que votaram a favor da moção, enquanto alguns, como entre a secção francesa, tinham colocado diversas reservas.

“É um dia histórico para a Amnistia Internacional. Esta não foi uma decisão fácil de tomar, e agradecemos a todos os nossos membros no mundo inteiro, como a todos os grupos que consultámos, pela sua contribuição para este debate”, reagiu em comunicado Salil Shetty, secretário-geral da organização de defesa dos direitos humanos.

Ao considerar que “a criminalização do trabalho do sexo entre adultos com consentimento pode conduzir a um aumento das violações dos direitos dos trabalhadores do sexo“, a ONG vai desencadear uma campanha pela supressão da repressão contra os prostitutos e prostitutas, mas também contra os clientes e os proxenetas.

Este ponto foi o que motivou a principal controvérsia. Assim, a ONG Equality Now, que defende os direitos das mulheres, está de acordo para que termine a repressão contra os trabalhadores do sexo, mas opõe-se firmemente a que esse seja o caso para clientes, proxenetas e proprietários das casas.

Legalizar aqueles que exploram pessoas prostituídas não é a melhor forma de proceder“, considerou Esohe Aghatise, da Equality Now, porque “a procura comercial pelo sexo alimenta o tráfico” de seres humanos.

A Amnistia reconhece ser um tema “extremamente complexo” mas considera que os trabalhadores do sexo, “um dos grupos mais marginalizados do mundo”, beneficiarão com a despenalização. A ONG também sublinha que esta resolução não põe em causa o seu envolvimento contra o trabalho forçado e o tráfico de seres humanos.

A diversidade de legislação na Europa comprova tratar-se de um assunto longe de ser consensual. Há dois meses, a França juntou-se à minoria de países europeus que sancionam os clientes de prostitutos ou prostitutas, onde se incluem Suécia e Noruega.

Na maioria dos restantes países da Europa, que na generalidade punem o proxenetismo, a prostituição é regulamentada, como na Alemanha, Áustria, Holanda ou Bélgica, ou tolerada.

/Lusa

3 Comments

  1. portugal ja despenalizou a muitos anos,no passado fomos os primeiros a acabar com a escravidao, a pena de morte, e infelizmente actualmente temos uma geraçao de politicos que se dizem muito liberais,mas as tomadas de posiçao andam muito perto do radicalismo ! fazem lembrar aquelas religioes em que so falam em ser livre e amor pelo proximo,e depois nao pode fazer isto ou aquilo ,e tentam maltratar toda a gente que mostra o minimo ponto de discordia !

  2. ok ,tambem com o novo acordo ortografico lol ;- ) as vezes deixo levar pelo entusiasmo e dou uma data de erros ,vou tentar rever os textos antes de postar ,ao corrijir esta a ajudar a minha humilde pessoa a evoluir,obrigado celta

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