Dados de ensaio clínico mostram efeitos colaterais e taxas de interrupção abalaram: queda de 40% em Wall Street.
A Viking Therapeutics fez um ensaio clínico de um novo comprimido contra obesidade. Mas o processo correu mal – quer a nível clínico, quer a nível da bolsa.
No estudo, o comprimido – diário – da Viking ajudou pacientes a perder até 12,2% do peso em cerca de três meses. E ainda poderiam perder mais peso, num estudo a longo prazo.
Os resultados já foram rapidamente comparados com outras grandes empresas farmacêuticas: Eli Lilly e Novo Nordisk; e parecem inferiores aos do medicamento oral da Eli Lilly em quase todos os parâmetros, desde logo na quantidade de pacientes que perderam peso (12,4%, ligeiramente superior na Eli).
Houve dois problemas essenciais no estudo da Viking Therapeutics: quase um terço (28%) interrompeu a utilização do medicamento durante as 13 semanas do estudo; e os efeitos colaterais gastrointestinais (que originaram a maioria das interrupções), embora a maioria tenha sido leves ou moderados, e verificados logo no início do tratamento. Náusea e vómitos foram os sintomas mais frequentes.
E a empresa já quebrou na bolsa. Nesta terça-feira as ações da Viking Therapeutics caíram cerca de 40%. Isto depois da divulgação dos resultados desse ensaio clínico.
A CNBC destaca que este ensaio pode ser um golpe para a Viking – que já foi classificada como um alvo promissor de fusões e aquisições.
Até pode ter um desfecho indesejado: a Eli Lilly e a Novo Nordisk podem dominar mais o setor farmacêutico. Ambas também estão a desenvolver comprimidos para perda de peso; comprimidos que podem chegar ao mercado anos antes do comprimido da Viking.
Aliás, este ensaio “provavelmente acabou com as esperanças da Viking de se tornar um grande player no mercado de comprimidos para obesidade no curto a médio prazo”, resumiu Jared Holz, especialista em ações.