Gansos depenam águia sem ideias

Quarta derrota do Benfica no campeonato. Após a noite épica na Champions frente ao Barcelona, os “encarnados” entraram em campo com várias alterações a que terá surpreendido mais foi mesmo a colocação de Andreas Schjelderup no banco.

A verdade é que faltaram ideias, energia e explosão ao Benfica e o Casa Pia aproveitou para destroçar os homens da Luz no contra-ataque, na segunda parte, fechando a partida com uma vitória por 3-1.

O Benfica entrou bem no jogo, pressionante e perigoso e marcou cedo numa grande penalidade convertida por Ángel Di María, mantendo sempre muita posse de bola.

Contudo, o Casa Pia começou a controlar melhor o jogo e a pressionar em zonas mais adiantadas do terreno, atrapalhando a construção das “águias” no seu terço defensivo, e acabou por anular o futebol benfiquista.

Assim, o empate de Cassiano, após um mau passe de António Silva… no terço defensivo, acabou por colocar justiça no marcador – apesar de os “encarnados” registarem mais remates e o guardião Patrick Sequeira começar a acumular um grande número de defesas.

No arranque do segundo tempo, as “águias” mostraram vontade de dominar o encontro, mas continuaram lentos, sem ideias e presença na área, com os cruzamentos a não terem correspondência nesta zona de definição.

Num contra-ataque, Nuno Moreira ampliou. Faltava explosão e irreverência aos “encarnados” e continuou até final, mesmo com as muitas alterações de Bruno Lage. No sentido inverso, o Casa Pia continuou a criar perigo nas transições e Jérémy Livolant “matou” o jogo nos descontos.

O Jogo em 5 Factos

1. Sem ideias e “rasgo”

O Benfica entrou em campo sem o jogador que, nos últimos encontros, mais explosão e capacidade no um para um vinha demonstrado, o norueguês Andreas Schjelderup – certamente não por sobrecarga de jogos. A verdade é que os “encarnados” terminaram com apenas 11 dribles tentados e três completo, ambos registos mais baixos da época benfiquista na Liga.

2. O triplo das acções na área

O Benfica tentou, de facto, chegar ao golo, ao ponto de ter conseguido o triplo das acções na área do Casa Pia do que do lado oposto (30-10). Só que os “gansos” marcaram… o triplo dos golos.

3. De cabeça no desespero

A perder e sem conseguir criar perigo, em especial na segunda parte, o Benfica optou pelos cruzamentos (19) para tentar chegar ao golo. Os homens da Luz não foram eficazes nesse capítulo, mas terminaram a partida com oito remates de cabeça, segundo valor mais alto da Liga e máximo dos “encarnados”.

4. Alívio para bem longe

Perante a forma com que os visitantes tentaram atacar, despejando bolas para a área, o Casa Pia respondeu de forma pragmática, com alívios sem pensar duas vezes. Os “gansos” fizeram 48, terceiro valor mais alto da Liga e recorde da equipa (mais nove que o anterior registo).

5. “Águias” bem pelo ar

Defensivamente, porém, os “encarnados” estiveram bem nos lances pelo ar. Em 12 duelos aéreos defensivos, os lisboetas ganharam dez. Só Otamendi ganhou sete (todos os que disputou).

Melhor em Campo

Grande jogo do criativo do Casa Pia. Nuno Moreira, que está a realizar uma grande temporada, foi o melhor em campo, com um golo marcado, quatro acções defensivas e nove recuperações de posse.

Resumo

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