O que são as anti-auroras, fenómeno raro que desenhou a letra “E” nos céus do Alasca

Todd Salat / AuroraHunter / Facebook

Uma aurora boreal estranha aconteceu este mês nos EUA. Os cientistas explicam que as “anti-auroras negras” são extremamente raras.

“Surgiu de noroeste e eu pensei: ‘uau! Parece-me a letra E'”, disse Todd Salat, que se intitula de “caçador de auroras” ao Spaceweather.com.

Referia-se ao fenómeno que se observou no céu do Alasca, nos EUA, no dia 22 de novembro. “Em poucos minutos, sobrevoou o céu de costas e parecia uma criatura com as pernas no ar”.

Como o nome indica, as anti-auroras são essencialmente o oposto de uma aurora – impedem os gases de emitir energia sob a forma de luz. O resultado são “anéis, caracóis ou manchas escuras que pontuam as cores brilhantes“, explica a Agência Espacial Europeia (ESA).

Normalmente, os espetáculos de luz rodopiante ocorrem apenas de forma esparsa perto dos polos, onde o campo magnético da Terra é mais fraco, explica a Live Science. Mas agora são particularmente proeminentes e generalizados devido ao aumento da atividade solar associado ao máximo solar, o pico do ciclo de manchas solares de cerca de 11 anos.

A aurora negra não é, na verdade, uma aurora: é uma falta de atividade auroral numa região onde os eletrões são ‘sugados’ da ionosfera”, disse à ESA Göran Marklund, físico no Instituto Real de Tecnologia da Suécia, em Estocolmo.

Um estudo de 2015 fez recurso a mais de uma década de dados da missão Cluster, e demonstrou que estas estruturas se formam quando as auroras esgotam o plasma, criando “cavidades ionosféricas” na atmosfera superior, enquanto a magnetosfera se desloca da tensão causada pelas tempestades solares.

No entanto, para que as anti-auroras, que duram entre 10 e 20 minutos, apareçam, é necessário que as condições sejam as corretas, o que é extremamente raro.

Ainda assim, prevê-se que a atividade das auroras se mantenham elevadas nos próximos anos — só temos de ir olhando para cima.

ZAP //

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