1963 foi um ano trágico para Jackie Kennedy. Meses antes do assassinato do presidente dos EUA, a primeira-dama sofreu um trauma que a fez viajar até Dallas com o marido — onde assistiu à sua morte.
John F. Kennedy seguia ao lado da sua mulher, Jackie, num carro de campanha em Dallas, no Texas, quando foi alvejado por um assassino no dia 22 de novembro de 1963.
Como recorda a National Geographic, a primeira-dama apresentou, nos dias e meses que se seguiram, uma postura que ajudou a nação a fazer o luto.” Tornou-se um símbolo de oportunidades perdidas, mas também um lembrete de perseverança“, conta a revista.
Mas os sacrifícios que Jackie Kennedy teve de fazer para superar o evento traumático foram bem maiores do que é conhecido da maioria da população: para além deste luto, a primeira-dama carregava um outro consigo, desde há poucos meses.
No dia 7 de agosto de 1963 nasceu Patrick Bouvier Kennedy, filho do casal — que, nascido quase seis semanas prematuramente, não resistiu, tendo acabado por morrer dois dias depois, a 9 de agosto.
Jackie Kennedy não pôde sequer comparecer ao funeral do filho porque ainda estava a recuperar de uma cirurgia. Este evento abalou o casal de uma forma muito intensa.
Para mais, Jackie Kennedy tinha já sofrido de abortos espontâneos: antes do nascimento dos dois filhos, John Jr. e Caroline, a primeira-dama sofrera um aborto espontâneo em 1955 e, um ano depois, deu à luz Arabella, um bebé nado-morto.
Para superar o luto, em outubro, Jackie pediu a Hill que fosse com ela e com a irmã viajar para a Grécia, viagem que foi apoiada pelo marido, ainda que pudesse ter “repercussões políticas”. JAckie alegrou-se, e fez questão de dizer que o seu marido era “muito simpático e compreensivo”, durante um jantar com amigos após o seu regresso.
Para a provocar, na brincadeira, durante esse jantar, Kennedy disse à mulher: “Talvez agora venhas connosco ao Texas no próximo mês“. Jackie escreveu, então, na sua agenda que queria, de facto, fazer essa viagem.
De acordo com o agente dos serviços secretos Clint Hill, que contou à revista estes episódios, a morte de Patrick acabou por reforçar os laços do casal, cuja relação passou a estar “cheia de otimismo” nos meses que se seguiram à tragédia.
E foi por isso que Jackie Kennedy se entusiasmou tanto com a viagem até Dallas: queria apoiar o marido na sua campanha. Segundo Hill, embora a primeira-dama não gostasse de política, estava determinada a “fazer tudo o que pudesse” para ajudar o marido a ser reeleito.
Jackie Kennedy era uma figura popular na altura, e a sua presença podia ajudar na reeleição de JFK, que tinha vencido no estado por pouco em 1960.
Foi com essa esperança e otimismo, e animados por uma vontade de superar o luto porque passavam desde agosto, que o casal partiu para o Texas a 21 de novembro de 1963.
A primeira-dama fez mesmo uma lista de objetos que queria levar consigo para a viagem, e surge nos vídeos com um sorriso entusiasmado. Momentos depois, tudo isso acabou.
Uma bala pôs fim à cumplicidade do casal e, embora todos conheçam esse momento, poucos se recordam do que teve de enfrentar a mulher de JFK — bem mais do que a morte de um presidente.