Uma das principais diferenças da oferta da Digi em Espanha é o período de fidelização de apenas 3 meses, em comparação com os 24 meses que são geralmente seguidos pelas operadoras em Portugal.
A entrada da Digi no mercado português está cercada de expectativas, com a empresa a manter em segredo tanto a data de lançamento quanto a sua estratégia de preços. No entanto, muitos consumidores e reguladores esperam que a operadora adote em Portugal o mesmo modelo que segue em Espanha, conhecido pelos preços acessíveis e contratos de fidelização mais curtos.
Uma das principais diferenças em relação ao mercado espanhol é que, em Portugal, a Digi planeia oferecer um serviço de televisão, algo que não faz em Espanha, onde disponibiliza apenas fibra ótica e 5G. Este detalhe pode impactar os custos, já que o licenciamento de canais de TV em Portugal tem sido um desafio para a Digi, embora a recente compra da Nowo possa facilitar este processo.
Em Espanha, os preços dos pacotes da Digi variam conforme a área de residência do consumidor. Em zonas onde a Digi tem fibra própria, os preços são mais baixos e as velocidades de internet mais altas. Um pacote com fibra de 500 Mbps e dois acessos móveis 5G custa 25 euros por mês nessas áreas, explica o ECO.
Noutras regiões, o preço sobe para 35 euros, com uma velocidade de 300 Mbps. Em ambos os casos, a fidelização é de apenas três meses, uma diferença significativa em relação aos habituais contratos de 24 meses em Portugal.
No mercado português, os pacotes tendem a ser mais rígidos, com a inclusão de serviços como televisão e telefone fixo. Um pacote típico com televisão, internet de 1 Gbps e dois cartões de telemóvel custa cerca de 70 euros por mês, quase o dobro do que se paga na Digi em Espanha. Contudo, as ofertas não são diretamente comparáveis, já que a televisão ainda é um serviço importante em Portugal, ao contrário de Espanha, onde a grelha de TDT é mais extensa.
A Digi, por sua vez, está em fase de testes das suas redes móvel e fixa, com a instalação de fibra ótica em lares de voluntários e a distribuição de cartões SIM. A empresa adquiriu licenças 5G no leilão da Anacom há três anos, mas ainda mantém em segredo a data de início das suas operações e a política de preços para o país.
Operadoras apostam no low-cost
A entrada da Digi no mercado português promete agitar o setor das telecomunicações, dominado atualmente por três grandes empresas com redes próprias.
As operadoras portuguesas – Meo, Nos e Vodafone – têm demonstrado preocupação com a entrada da Digi. Para mitigar os possíveis impactos e continuar a competir, as três operadoras estão a reforçar as suas marcas low-cost: Uzo (Meo), Woo (Nos) e Amigo (Vodafone).
Estas marcas, que visam atrair consumidores com ofertas mais simplificadas e preços competitivos, têm vindo a aumentar a visibilidade em campanhas publicitárias e a explorar novos serviços, refere o ECO.
A Uzo oferece fibra ótica e comunicações móveis por 35 euros por mês, tendo ainda um pacote por 27 euros mensais só de internet com 1 Gbps (gigabit por segundo) de velocidade de download. Os contratos têm fidelidade de 2 anos.
A Woo oferece fibra ótica e móvel também por 35 euros mensais, também com uma fidelização de 2 anos. Já a Amigo oferece comunicações móveis e fixas, tal como as duas outras concorrentes, igualmente com 24 meses de fidelização.
Na verdade, em Portugal não há concorrência.
Todas têm os mesmos preços e fidelização de 2 anos, mudam só alguns detalhes de pouca coisa.
É por isso que depois levamos lambada quando chegam empresas sérias do estrangeiro, que logo se procura limitar para continuar a espremer o Zé.