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Infância: o que era e o que é? Portugueses mostram prós e contras

Faltam “amigos de rua”. A divisão é evidente quando se pergunta aos pais se querem ser filhos novamente. Crianças também respondem.

Os portugueses que já são pais estão claramente divididos: praticamente metade quer ter mais filhos, outra metade não.

Num estudo da ConsumerChoice, entre os quase 1.000 inquiridos, 48% respondeu que quer ter mais filhos; 52% respondeu que não quer aumentar a família.

Há dois motivos que se destacam, entre os que não querem ser pais de novo: os custos elevados de criar um filho (19%) e a sensação de que a família já está completa (18%).

Ainda no mesmo grupo, 14% disseram que não têm estabilidade financeira ou recursos suficientes; outros 14% centraram-se na incerteza sobre o futuro e a instabilidade global.

Entre os inquiridos que nunca tiveram um filho, apenas 13% disseram que nunca querem ser pais.

Antes vs. agora

Este estudo também procurou perceber a ideia dos portugueses sobre o que é a infância e o que era a infância.

Diferenças principais: diminuição das brincadeiras físicas, mudança no tipo de brinquedos ou jogos, e o aumento da utilização de tecnologia.

Aliás, as primeiras palavras e interações que muitas crianças protagonizam hoje em dia giram em torno da tecnologia; as brincadeiras físicas fazem parte de menos rotinas.

Os inquiridos também indicaram que as crianças actuais não passam totalmente pela fase de infância e adolescência – querem ser adultos rapidamente. Muito por causa das redessociais, que provocam este desejo de acelerar o processo, do “quero ser como aquela”.

Consideram também que faltam: brincadeiras livres sem supervisão, interações cara-a-cara, leitura de livros físicos e acesso a bibliotecas, criatividade, simplicidade e “amigos de rua”; e abunda a dependência da tecnologia.

Por outro lado, há melhorias na infância actual: maior acesso à informação, facilidade para aprender novas línguas e outras habilidades, facilidade em viajar e as escolas estarem mais inclusivas e adaptáveis.

Em relação aos valores que devem ser transmitidos às crianças, as prioridades são: respeito pelo próximo (80%) e empatia (35%). Pouco mais atrás surgem educação (30%) e valores éticos (25%).

Os principais desafios actuais são: dificuldade em manter uma vida equilibrada entre o mundo digital e o real, pressões sociais, problemas de saúde mental,solidão e falta de socialização.

Crianças também respondem

Os mais pequenos também participaram neste inquérito que a ConsumerChoice partilhou com o ZAP.

O que gostariam de mudar na sua rotina? Passar mais tempo a brincar e desfrutar de atividades de lazer (40% das respostas). 25% queria condições económicas melhores e uma casa maior.

Mas o que as crianças mais querem é outra coisa… felicidade, segurança e estar com a família. Reuniu 35% das preferências.

As crianças também foram questionadas sobre o que os adultos não entendem sobre elas próprias. Resposta de 30%: a necessidade de mais tempo para brincar e lazer; 20% sentem que os adultos não compreendem os seus sentimentos e preocupações.

ZAP //

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