Uma nova tão brilhante como a Estrela do Norte vai iluminar o céu este ano (e vai poder vê-la)

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ZAP // Dall-E-2

Explosão de uma nova num sistema binário com uma anã branca e uma gigante vermelha ligadas gravitacionalmente (conceito artístico)

A explosão de uma nova vai este ano decorar o céu noturno, oferecendo-nos uma oportunidade de assistir a este raro fenómeno celestial — que será visível a olho nu.

O sistema estelar T Coronae Borealis (T CrB) vai presentear-nos com a oportunidade de assistir à explosão de uma nova — fenómeno que ocorre num sistema binário com uma anã branca, quando esta rouba material à sua companheira e o acumula à superfície.

Quando o material acumulado atinge determinado limite, ocorre uma reação termonuclear que faz com que a estrela brilhe intensamente durante um curto período de tempo.

Após o evento, tanto a anã branca como a sua estrela companheira permanecem intactas, pelo que, se as condições forem adequadas, o processo é recorrente.

Localizado a cerca de 3.000 anos-luz da Terra, T CrB é composto por uma estrela gigante vermelha e uma anã branca em órbita uma da outra — e a estrela mais pequena está prestes a explodir.

Segundo o Live Science, a explosão será visível na Coroa Boreal, uma constelação ao norte do equador celeste, composta por estrelas dispostas em semicírculo, entre as constelações de Boötes e Hércules.

Os astrónomos esperam que a explosão ocorra entre fevereiro e setembro deste ano, e que durante cerca de uma semana se apresente no nosso céu noturno como mais uma estrela, tão brilhante como a Estrela do Norte  — para por fim desvanecer novamente.

NASA’s Goddard Space Flight Center

Animação de uma anã branca em órbita de uma gigante vermelha a explodir

“Esta pode ser uma oportunidade única na vida de observar uma nova, que só ocorre aproximadamente de 80 em 80 anos”, explica a NASA em comunicado. Esta nova recorrente, que explodiu pela última vez em 1946, é apenas uma das cinco observadas na galáxia da Via Láctea.

“Quando o brilho da explosão atingir o seu pico, deverá ser visível a olho nu durante alguns dias, e um pouco pouco mais de uma semana se usarmos binóculos — depois do que desaparecerá antes de escurecer novamente, possivelmente por mais 80 anos”, acrescenta a nota da NASA.

A gigante vermelha no binário T CrB está no instável estágio final da sua evolução estelar. Devido ao aumento de pressão e temperatura, está a ejetar parte desta camada para a sua companheira anã branca — cuja atmosfera aquece e se torna mais densa, até explodir numa violenta reação termonuclear.

Ao contrário da catastrófica explosão de uma supernova, que consome a infeliz estrela moribunda, neste caso ambas as estrelas sobrevivem e o ciclo repete-se: a anã branca arrefece, escurece, e volta a recolher matéria da companheira, até se tornar mais uma vez uma nova, a brilhar no céu dos nossos netos.

Armando Batista, ZAP //

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1 Comment

  1. Não se pode prever quando é que uma estrela vai ter uma explosão deste tipo. Tanto pode ser hoje, como de aqui a dez ou mil anos…

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