Os russos que ficaram sem dinheiro há mais de 30 anos estão à espera de compensações. E vão continuar à espera mais 3 anos. No mínimo.
O fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) não ditou apenas uma crise política. Também ditou o fim de contas bancárias para muitos russos.
Quem tinha depósitos no Sberbank (o maior banco da Rússia) ficou sem parte do seu dinheiro, ou mesmo com todo o dinheiro congelado em contas de poupança.
O Kremlin está a reembolsar parcialmente os fundos perdidos devido à inflação, à perda do poder de compra, à perda dos depósitos. Devido ao colapso da economia, no fundo.
No entanto, o Governo da Rússia só está a compensar os depósitos feitos entre 1991 e 2018, num reembolso faseado das poupanças que começou em 1996.
Ainda não há decisão sobre a liquidação de obrigações sobre depósitos civis feitos no Sberbank antes de 20 de Junho de 1991. Tal como falta decidir a compensação por depósitos em organizações de seguros estatais que foram abertos por singulares antes de 1992.
Ou seja, quem ficou sem o seu dinheiro que estava no Sberbank ainda nos tempos da URSS, continua à espera de reembolsos, há mais de 30 anos.
A agência Interfax informa que, nesta quarta-feira, o Conselho da Federação aprovou uma lei que adia essa decisão. Só vão decidir algo depois de 1 de Janeiro de 2027 – o prazo anterior era 1 de Janeiro de 2026.
Mas esse adiamento está a ser feito, anualmente, desde 2003. Há 20 anos que o Kremlin está a adiar essa decisão.
Os deputados alegam que “faltam fontes de apoio financeiro” para avançar com a compensação pelos depósitos.
Para pagar a totalidade das compensações, seriam precisos mais de 20 biliões de euros.