Qin Gang seria uma figura obrigatória nos encontros entre responsáveis de alto nível dos EUA e da China. Mas não é visto desde Junho.
Estados Unidos da América e China tiveram conversações de alto nível, ao longo dos últimos dias.
Na primeira semana de Julho, a secretária de Estado do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, esteve em Pequim a falar com líderes político-económicos chineses.
Já neste domingo foi a vez de John Kerry, representante do país norte-americano em assuntos climáticos, a chegar à China.
Seria natural ver o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, nestes encontros.
Mas Qin Gang está “desaparecido”. Não é visto em público desde Junho, sublinha o jornal The Guardian.
A última vez que o ministro (antigo embaixador nos EUA e próximo do presidente Xi Jinping) apareceu em frente às câmaras foi no dia 25 de Junho, quando esteve com responsáveis do Sri Lanka.
Qin Gang não esteve com responsáveis dos EUA e não foi a uma cimeira na Indonésia, na semana passada. “Motivos de saúde”, justificou um porta-voz.
Não se sabe mais sobre o assunto, até agora.
Na redes social Weibo, uma das mais populares na China, o assunto seria naturalmente comentado – mas a pesquisa “onde está Qin Gang?” só mostra um resultado “não há resultados”. Há uma aparente censura sobre o paradeiro do ministro.
Além disso, o jornalista Phil Cunningham partilhou no Twitter que escreveu um artigo sobre as relações EUA-China. O artigo foi escrito para o South China Morning Post, mas o jornal retirou as cinco frases sobre o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros. Desapareceram, sem aviso ao autor do artigo.
Qin Gang is missing. Not only is he missing from the news cycle in China, but he’s missing from my article! As run by the SCMP on July 15, five sentences about Qin were removed (without notice) from the article after it was accepted for publication. https://t.co/YAoWhLtiRa pic.twitter.com/gN6prwKJ93
— Phil Cunningham (@jinpeili) July 17, 2023
Entre os comentários espalhados (e permitidos) pela internet, lê-se que é natural que esta ausência seja suspeita e lamenta-se a falta de explicações oficiais.