A pesquisa contraria a ideia de que as mulheres são mais julgadas pela sua sexualidade do que os homens.
Um novo estudo publicado na Evolutionary Psychology contraria a ideia de que as mulheres são mais julgadas pela sua sexualidade e pelo seu número de parceiros do que os homens.
A pesquisa investigou como homens e mulheres noruegueses heterossexuais avaliam potenciais parceiros tendo por base o seu historial sexual. Ao contrário de pesquisas anteriores, os participantes foram questionados sobre potenciais parceiros para os seus amigos, sejam eles homens ou mulheres.
Os voluntários foram informados sobre o número de parceiros sexuais do potencial parceiro, assim como o seu historial de infidelidade, ciúmes, masturbação e comportamentos controladores, escreve o SciTech Daily.
Mais de 900 pessoas participaram no inquérito e responderam sobre como avaliavam os potenciais parceiros caso fossem uma opção para si próprios ou para os seus amigos.
O estudo mostrou que, ao contrário do que se pensa, os homens são mais julgados por terem encontros casuais do que as mulheres. “Não descobrimos nenhum critério duplo para relações longas, mas para relações curtas, os homens são mais julgados“, explica Leif Edward Ottesen Kennair, professor de Psicologia e autor principal.
“Muitas das pesquisas anteriores provavelmente focaram-se só em relações longas e não em encontros sexuais curtos. Isto pode contribuir para o mito, apesar de também não termos encontrado sinais de critérios duplos aí”, acrescenta.
A pesquisa descobriu ainda que ambos os sexos são mais julgados quando se tratam de possíveis parceiros a longo prazo. Ou seja, as exigências para uma relação séria são mais altas do que para uma relação casual.
“Todos acreditam que as mulheres estão expostas a um maior nível de controlo social do que os homens. Mas não foi isso que descobrimos quando pedimos às pessoas que avaliassem os comportamentos sexuais dos homens e das mulheres. As pessoas são muito mais liberais do que assumem que a sociedade é”, afirma Mons Bendixen, professor no mesmo departamento de Psicologia.
O estudo adianta ainda que a masturbação é menos julgada do que ter um número elevado de parceiros. As mulheres que se masturbam também são menos julgadas do que os homens, especialmente para relações casuais.
“Longe de condenar o uso da masturbação pelas mulheres, os homens estavam muito abertos a isso, particularmente em contextos de curto prazo. Isso é exatamente o que esperaríamos com base na teoria evolutiva, que postula que os homens estarão interessados em pistas para o acesso sexual”, afirma Andrew G. Thomas, professor na Universidade de Swansea.
No entanto, nem todos os comportamentos são aceites. “Os potenciais parceiros com um historial de infidelidade, ciúmes e comportamentos controladores são vistos como muito negativos para ambos os sexos“, explica Bendixen.
A pesquisa tem, no entanto, algumas limitações. Dado ter sido feito no Ocidente, especificamente na Europa, as conclusões do estudo não podem ser aplicadas de forma universal e a sociedades com contextos culturais e religiosos diferentes.