Os vestígios de fungos nas fezes indicam que a extinção ocorreu em duas ondas, há 23 mil e 11 mil anos.
Um novo estudo publicado na Quaternary Research detalha a descoberta de esporos de fungos em fezes pré-históricas que nos indicam como terá acontecido a extinção da megafauna dos Andes colombianos.
Segundo a pesquisa, a extinção terá acontecido em duas “ondas” distintas. Os esporos de fungos coprófilos, que são fundamentais para os ciclos de vida de animais com mais de 45 quilos, passam pelos sistemas digestivos destes animais e deixam vestígios no seu cocó.
A equipa determinou que a extinção local dos animais maiores em Pantano de Monquentiva ocorreu há aproximidamente 23 mil anos e depois novamente há cerca de 11 mil anos, graças a amostras retiradas de uma turfeira. Estas duas extinções afetaram significativamente os ecossistemas.
A análise aos esporos do fungo não permitiu aos cientistas identificar que animais de grande porte viviam na área, mas sabe-se que espécies como o tatu-canastra ou a preguiça-gigante viviam na Colômbia neste período.
A pesquisa revela que existiu muita megafauna na região durante milhares de anos, que desapareceu inteiramente há cerca de 23 mil anos. Cerca de 5000 anos mais tarde, a megafauna voltou a viver na área, antes de se voltar a extinguir há 11 mil anos, escreve o SciTech Daily.
A causa destas ondas de extinção continua um mistério, mas as duas teorias mais fortes apontam para as alterações climáticas e a caça humana como as culpadas. Os cientistas até já sugeriram que um meteorito pode ter sido o culpado.
Os autores alertam para os riscos que extinções semelhantes de megafauna podem implicar para os ecossistemas, especialmente com as alterações climáticas.
“Sabemos que os animais de grande porte, como os elefantes, desempenham um papel vital na regulação dos ecossistemas, por exemplo, ao comer e pisar a vegetação. Descobrimos que o ecossistema de Monquentiva mudou drasticamente quando grandes animais desapareceram, com diferentes espécies de plantas a prosperar e com um aumento dos incêndios florestais”, explica a co-autora Dunia H. Urrego.
O que é “propestar” ?
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