Os países europeus estão em risco de ter surtos de dengue, Zika e chikungunya devido às alterações climáticas, que aumentam o alcance dos mosquitos que transportam essas doenças, referiu a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A organização lançou esta semana um alerta para o aumento da vigilância pelas autoridade de saúde, relatou o Público. Os especialistas receiam que as doenças transmitidas por insetos se tornem mais comuns, inclusive em regiões do mundo onde atualmente não constituem uma ameaça.
“As alterações climáticas têm desempenhado um papel fundamental para facilitar a propagação dos mosquitos no Sul”, disse esta semana Raman Velayudhan, o chefe do programa global da OMS para o controlo das doenças tropicais negligenciadas, numa conferência de imprensa.
“Quando as pessoas viajam, naturalmente o vírus vai junto com elas”, acrescentou.
Este ano, mostram os dados, registaram-se quase 442 mil casos de dengue nas Américas, com cerca de 120 mortes. Metade da população mundial está agora em risco de contrair a doença, com cerca de 400 milhões de infeções por ano. Não há tratamento para a dengue e uma nova vacina está agora a começar a ser investigada.
Um dos maiores desafios no controlo destas doenças transmitidas por insetos é que os ovos de mosquito podem permanecer secos durante vários meses enquanto viajam em recipientes, apenas para eclodir num novo país dentro de poucas horas após entrarem em contacto com a água.
De acordo com Raman Velayudhan, o aumento da precipitação, temperaturas mais elevadas e a escassez de água pode favorecer a proliferação dos insetos. Mas há várias “ferramentas em desenvolvimento, o que permite ter uma maior esperança na prevenção e controlo da dengue”, continuou.
Entre essas ferramentas estão melhores diagnósticos, antivirais, duas vacinas em fase de ensaio e revisão e métodos para controlar o mosquito. A mudança das bactérias dentro do intestino do mosquito e a esterilização do inseto-macho são dois outros controlos.
Diana Rojas Alvarez, co-líder da OMS na iniciativa global do arbovírus, indicou que “há casos relatados agora no sul da Europa”.