O internacional brasileiro Neymar está de volta a Barcelona, mas pelos piores motivos. O jogador sentou-se, nesta terça-feira, no banco dos réus no âmbito do julgamento em torno da sua transferência do Santos para o Barcelona, em 2013.
Em causa estão crimes de corrupção e fraude com de Neymar entre os arguidos, a par dos seus pais que gerem a sua carreira. Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, que era o vice-presidente do clube catalão na altura da transferência, e Odílio Rodrigues, ex-dirigente do Santos, também são arguidos.
Neymar esteve umas duas horas em tribunal, tendo sido dispensado no seguimento de um requerimento apresentado pelos seus advogados.
O juiz da sessão, José Manuel del Amo, acabou por dizer ao jogador que ele deveria estar “cansado” depois de ter marcado o golo da vitória do Paris Saint-Germain sobre o Marselha, no jogo de domingo, da Liga Francesa.
“Quando você marcou o golo já eu estava na cama”, notou o juiz, arrancando sorrisos a Neymar e confessando que gosta “muito de futebol”.
“Gosto muito de futebol. Sei que Neymar estava jogando ontem, trabalhando e marcando gol. Portanto, está dispensado. Seus advogados saberão quando ele voltará.”
O juiz da espanha dispensando o Neymar e ele dando risada kkkkkkk
— njdeprê – marlon (@neymarjrdepre) October 17, 2022
Neymar arrisca falhar Mundial 2022
Em causa neste julgamento está o valor real da transferência de Neymar do Santos para o Barcelona.
O grupo brasileiro DIS, que detinha, aquando da transferência, 40 por cento do passe do jogador, alega que “o custo real da transacção foi de 82 milhões de euros” e que “apenas 17 milhões apareceram como a transferência oficial”, conforme disse o advogado Paulo Nasser em entrevista colectiva em Barcelona, na semana passada.
O DIS adquiriu parte do passe de Neymar em 2009, por 2 milhões de euros, quando o atleta tinha apenas 17 anos. Com uma transferência para Barcelona pelos tais 82 milhões referidos, o grupo teria direito a uma fatia do “bolo” da ordem dos 34 milhões de euros.
O julgamento deve terminar a 31 de Outubro e o Ministério Público (MP) espanhol pede uma pena de prisão de dois anos para o jogador, bem como o pagamento de uma multa de 10 milhões de euros. Já Sandro Rosell arrisca uma pena de prisão de cinco anos e uma multa de 8,4 milhões de euros.
O grupo DIS espera receber, no total de todos os arguidos, uma indemnização da ordem dos 149 milhões de euros. Além disso, quer que Neymar seja impedido de jogar durante o tempo que for determinado numa eventual sentença de condenação.
Assim, se vir esta pretensão confirmada, uma eventual pena suspensa de prisão pode valer-lhe o afastamento do Mundial do Catar que se realiza em Novembro próximo.