Inflação fez-se sentir com força nas carteiras dos portugueses em abril

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Responsáveis do setor antecipam que os preços estabilizem nos próximos meses, à custa dos custos dos fatores de produção.

A subida dos preços dos bens de consumo é uma realidade desde o final do ano de 2021, mas a incerteza provocada pela guerra na Ucrânia agravou o fenómeno, com os meses de março e abril a representarem duas subidas significativas. Durante este período, os portugueses deixaram 3324 milhões de euros nos supermercados, mais 2,1% do que igual período do ano passado. A tendência de crescimento é especialmente clara no mês de março.

De acordo com o Diário de Notícias, que cita dados da NielsenIQ, o ano começou com o consumo em baixa, com a queda das vendas dos bens de grande consumo a cifrar-se nos 1,1% em fevereiro. No entanto, é preciso considerar que no ano passado, período de referência, o efeito da pandemia ainda se fazia sentir, sobretudo em função do teletrabalho obrigatório e do encerramento das atividades não essenciais.

O regresso à normalidade podia ser visto como uma retoma para os gastos, no entanto, tornou-se claro que esta retoma foi acompanhada de uma tendência significativa do aumento dos gatos, sobretudo na área do retalho alimentar, com crescimentos na ordem dos 3,7% em março e 5,7% em abril. Segundo o mesmo jornal, estes números incluem fenómenos como a guerra na Ucrânia, o agravamento dos custos das matérias-primas, da energia e dos combustíveis. Estas passos levam a uma constatação fácil: os portugueses não estão a comprar mais, mas estão a gastar mais.

Ouvido pelo DN, o diretor-geral da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição considera que estes números traduzem um “um mix entre o efeito inflação e um comportamento mais cauteloso por parte dos consumidores, que já perceberam que há um conjunto de produtos que estão a sofrer uma grande pressão do ponto de vista da oferta e do crescimento do preço“.

Segundo Gonçalo Lobo Xavier, a subida dos preços já começou no segundo semestre do ano passado, o que fez com que os fornecedores das grandes superfícies revertessem as suas tabelas, no final do ano, com aumentos médios de 10 a 15%, sobretudo nos cereais. O responsável esclareceu que  conflito na Ucrânia significou apenas um agravar da situação, que já vinha de trás, em grande parte devido aos preços dos fertilizantes e outros componentes químicos usados na agricultura.

“Têm sido meses bastante duros, sob o ponto de vista da pressão na cadeia de distribuição, sobretudo dos bens alimentares, e por muito equilíbrio e eficiência que se tente ter na logística e na compra, é difícil não transmitir isto para o consumidor. No entanto, as margens dos retalhistas continuam muito baixas, na ordem dos 2 a 3%, indicam vários estudos”, sublinhou o responsável ao Diário de Notícias.

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1 Comment

  1. Não vejo os políticos muito importados com esta situação.
    Está tudo caro… e muitas empresas estão a lucrar, à brava, com isto!

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