A Fortescue Metals Group está a desenvolver o Infinity, um comboio elétrico concebido para mover cargas de minério de ferro sem nunca precisar de ser carregado.
Segundo o New Atlas, a Fortescue, uma empresa mineira sediada na Austrália, quer utilizar a tecnologia de baterias da Williams Advanced Engineering (WAE), empresa que adquiriu, nos comboios de mercadorias e camiões.
Quando estas duas empresas se fundiram, dando origem à Fortescue Future Industries (FFI), nasceu assim a ideia de criar o Infinity, um comboio com baterias que se carregam autonomamente com recurso à gravidade.
Mas é mesmo possível existir um comboio com uma energia aparentemente infinita?
De acordo com o comunicado da empresa, o comboio vai utilizar energia gravitacional para recarregar totalmente os seus sistemas de baterias elétricas sem a necessidade de as carregar na viagem de regresso com a mercadoria.
“O comboio Infinity tem capacidade para ser a locomotiva elétrica com a bateria mais eficiente do mundo. A regeneração de eletricidade nas secções carregadas em declive eliminará a necessidade de instalação de geração de energia renovável e infraestrutura de recarga, tornando-se uma solução eficiente de capital para eliminar o diesel e as emissões das nossas operações ferroviárias”, lê-se.
No ano passado, a Fortescue, enquanto quarta maior empresa de minério de ferro da Austrália, consumiu 82 milhões de litros de gasóleo. Segundo o IFL Science, esta nova tecnologia pode mesmo ajudar a empresa a reduzir as suas emissões.
A gravidade como fonte de energia, ou armazenamento de energia em baterias gravitacionais, não é um conceito novo. A maioria dos carros modernos tem agora travagem regenerativa, um sistema que utiliza o atrito de abrandar o veículo enquanto trava para depois recarregar a bateria.
No entanto, este método de energia gravitacional nunca foi utilizado num comboio como este. Se a experiência for bem sucedida, poderá revolucionar esta indústria.
Curiosamente, apesar de ser tecnologia de ponta, o conceito não é muito diferente do elevador do Bom Jesus de Braga, que foi construido há 140 anos e funciona com “energia gravitacional”
Mais um artigo a querer ludibriar as leis da Física! Porque é que não existem carros eléctricos em que o motor faz girar um gerador e este carrega a bateria? Porque não é possível! Há sempre perdas energéticas e o princípio da conservação da energia não permite “milagres”. As baterias do comboio, apesar de absorverem energia gravítica, têm que ser completadas com energia proveniente de outra fonte.