Mesmo prestes a dar à luz, Nesra não hesitou em juntar tudo o que tinha e fugir da Síria com milhares de curdos à procura de refúgio na Turquia, temendo as ações na região do grupo que se autodeclara Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EI).
Mas no meio da caminhada, Nesra entrou em trabalho de parto e deu à luz o seu filho, que ainda nem sequer tem nome. Desesperada, só pensa em encontrar um lugar seguro na Turquia, longe dos ataques promovidos pelos jihadistas do EI.
“Nós não podíamos fazer nada, ninguém nos ajuda, nenhum país se importa. Eles nos atacaram, mataram nosso povo, queimaram nossas casas.”
Nesra está entre os cerca de 130 mil refugiados sírios que, só este fim de semana, cruzaram as fronteiras com a Turquia para fugir do terror promovido pelo Estado Islâmico.
Antes desta fuga em massa dos últimos dias, havia mais de 1 milhão de refugiados sírios na Turquia, que começaram a chegar desde a insurgência contra o presidente Bashar al-Assad, há três anos.
Os recém-chegados estão a ser abrigados em escolas já cheias de pessoas, e a Turquia enfrenta dificuldades para lidar com o problema.
Segundo a ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), a Turquia precisa urgentemente de ajuda para cuidar desta nova leva de refugiados, a maior num período tão curto de tempo desde o início dos conflitos na Síria, em 2011.
ZAP / BBC