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Uma das plantas mais estudadas de sempre tinha uma parte desconhecida

Cientistas encontraram uma parte completamente nova numa das plantas mais estudadas de sempre.

De acordo com o site Science Alert, a planta em questão chama-se Arabidopsis thaliana e é um organismo modelo, já tendo sido usada para estudar diversas situações: foi a primeira planta a ter o seu genoma sequenciado, foi cultivada na Estação Espacial Internacional (EEI) e tentou-se fazer o mesmo na Lua.

Por isso, é até de estranhar como é que em tantos anos os cientistas nunca se tinham apercebido desta sua nova parte, a que chamaram “cantil”, pois não se encontra escondida ou é demasiado pequena para ser vista.

Geralmente, explica o mesmo site, o caule com flores cresce a partir do caule principal da planta. Em contraste, um cantil sai horizontalmente do caule, segurando o caule da flor mais para fora (algo muito parecido com o seu homónimo arquitetónico, o cantiléver), tal como se pode ver na imagem abaixo.

(dr) Gookin & Assmann, Development, 2021

Os “cantis” em algumas plantas Arabidopsis thaliana

A razão pela qual só agora esta estrutura foi descoberta é o facto de ser muito rara, formando-se apenas se a planta for forçada a adiar a floração, como acontece quando a luz do sol é limitada por dias mais curtos.

“Observei os cantis, pela primeira vez, em 2008. Inicialmente, não confiei em nenhum dos resultados. Pensei que devia ser um artefacto de contaminação genética, talvez combinada com a contaminação ambiental da água, do solo, do fertilizante ou até mesmo do abastecimento de ar do prédio”, explica, citado pelo site EurekAlert!, Timothy Gookin, biólogo de plantas da Universidade Estadual da Pensilvânia.

“Demorou mais de 12 anos de experimentação para realmente entender o que estávamos a ver e a perceber como os cantis eram regulados. Este estudo exigiu o crescimento de 3782 plantas até à maturidade total e a inspeção manual de mais de 20 mil caules“, explicou.

Por que razão este cantil acontece ainda é um mistério. “Uma interpretação especulativa é que representa uma ligação ancestral altamente reprimida entre diferentes tipos de arquiteturas de plantas com flores”, acrescentou o investigador, cujo estudo foi publicado, esta terça-feira, na revista científica Development.

ZAP //

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