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O Ártico pode ficar sem gelo no verão de 2044

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As mudanças climáticas provocadas pelo Homem estão muito perto de tornar o Ártico livre de gelo, já a partir do verão de 2044.

Um artigo científico, publicado recentemente na Nature Climate Change por investigadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos, coloca em foco as previsões dos cientistas para um período de 25 anos – e não são animadoras.

Os cientistas tentaram prever o futuro do gelo do Ártico por várias décadas, contando com uma série de modelos climáticos globais que simulam de que forma o sistema climático reagirá ao dióxido de carbono que entra na atmosfera.

Segundo o Europa Press, as previsões não são unânimes: algumas apontam para um setembro sem gelo a partir de 2026; enquanto que outras sugerem que o fenómeno começará em 2132.

Chad Thackeray, autor principal do estudo, explica que as previsões sobre a perda de gelo divergem muito dependendo da maneira como as pesquisas interpretam o “feedback de albedo”, um fenómeno que ocorre quando um pedaço de gelo marinho derrete completamente, descobrindo uma superfície de água do mar mais escura e que absorve mais luz solar.

Esta mudança na refletividade da superfície da luz solar causa um maior aquecimento local, o que leva a um maior derretimento do gelo, adianta o cientista, num comunicado da UCLA. Por sua vez, este ciclo agrava o aquecimento, uma das razões pelas quais o Ártico está a aquecer duas vezes mais rápido do que o resto do mundo.

Para esta investigação, a equipa de investigadores determinaram quais os modelos mais realistas tendo em conta a forma como pesam os efeitos do feedback de albedo.

Este fenómeno acontece durante todo o verão, quando o gelo derrete. Além disso, e felizmente em termos de pesquisa, o feedback de albedo acontece durante longos períodos de tempo, devido à ação das alterações climáticas.

A equipa analisou a representação de 23 modelos de degelo sazonal entre 1980 e 2015 e compararam-nos com observações de satélite. Depois, mantiveram os seis modelos “mais realistas” e descartaram todos os outros, o que lhes permitiu reduzir o intervalo de previsões de um Ártico livre de gelo.

De acordo com a investigação, avizinha-se um período infeliz. Ainda que seja difícil imaginar, os cientistas afirmam que estamos a caminho de tornar o Ártico livre de gelo marinho, durante um certo período de tempo (nomeadamente o verão de cada ano), a partir do ano 2044 até 2067.

ZAP //

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13 Comments

    • A ciência muda de direção a toda a hora, um dia é uma coisa no dia seguinte é outra e é por isso que deixei de lado o cientismo na Universidade onde lecionava porque no fim de contas a ciência é mais outra seita entre tantas outras.
      Houve tempos que eu ganhava uns bons trocos às custas dos pacóvios quando se falava dos Aquecimento Global e Alterações Climáticas entre outras tretas mas agora há cada vez menos panhonhas que caem nesse conto.

  1. Sinceramente não percebo porque razão este tipo de notícias atrai sempre esta malta anti-ciência. A ciência que lhes permite publicar este tipo de comentários idiotas é a mesma que nos permite, sem grandes dúvidas, que o planeta está a aquecer em grande parte devido à mão do Homem. O que será que este tipo de malta tem a ganhar com estes comentários? Serão pagos pela indústria do big-oil? Ou serão apenas ignorantes que se iludem a pensar que são mais espertos que os outros (efeito de Dunning–Kruger)? Eu aposto na última opção.

    Ainda para os “espertos”, este não é um novo modelo. É um meta-estudo de muitos modelos existentes, no qual foram selecionados os que corretamente previram a evolução do gelo no Ártico nos últimos anos, e com base nesses modelos, devidamente validados, chegaram a esta conclusão: Ártico sem gelo no verão a partir de 2044, com margem até 2067. Se vai acontecer antes, depois ou nunca, ninguém sabe – mais vale estar preparado, ou não? Na ciência não há certezas, apenas dúvidas, questões e uma grande vontade de tentar entender o mundo natural. Os “espertos” não entendem isto, em particular o “esperto”, que é sempre o mesmo, que anda comentar usando diferentes nomes aqui no ZAP.

  2. Sinceramente não percebo porque razão este tipo de notícias atrai sempre esta malta anti-ciência. A ciência que lhes permite publicar este tipo de comentários idiotas é a mesma que nos permite, sem grandes dúvidas, que o planeta está a aquecer em grande parte devido à mão do Homem. O que será que este tipo de malta tem a ganhar com estes comentários? Serão pagos pela indústria do big-oil? Ou serão apenas ignorantes que se iludem a pensar que são mais espertos que os outros (efeito de Dunning–Kruger)? Eu aposto na última opção.

    • LOL Há certas afirmações que a ciência faz, que faz mesmo lembrar religião! Sabe as Testemunhas de Jeová? Também andavam sempre a adiar a data do Armagedão… Depois chega a data, nada acontece, adiam para outra…
      Não sou anti-ciência, sou anti-propaganda do medo.

        • Tenho a certeza de que o telemóvel ou computador com que escreveu esse comentário, a internet e os satélites através dos quais o comentário foi enviado, e tudo aquilo com que a Ciência rodeou a sua vidinha de bem estar – do microondas com que aquece o pequeno almoço à simples lâmpada que a alumia à noitinha – tudo isso e tudo o mais, tenho a certeza de que só foi possível com as “apenas hipóteses” dos cientistas. Que são mais certas do que as certezas dos seus filósofos.

      • Cara Jo, o problema é saber ler as notícias. Muitas vezes essas afirmações não são feitas pelos cientistas, mas sim pelos jornalistas, sobretudo nos títulos das notícias, feitos para vender. Após ler uma notícia com um título fantástico, geralmente verifica que afinal os cientistas não disseram nada daquilo. E se mesmo assim tiver dúvidas, e um verdadeiro e curioso interesse, vai ler o artigo científico em questão, nem que seja por alto, ou pelo menos o resumo/abstract do mesmo. As pessoas “anti-ciência” são sempre incapazes de fazer essa leitura e análise. Essa “incapacidade” é perfeitamente normal na população em geral, que não estudou os assuntos ou não está habituada à linguagem em questão. É normal. O que não é normal é, sendo incapaz de interpretar uma dada notícia, comentar imbecilmente a mesma.

        • Compreendo perfeitamente o que nos expõe e tem toda a razão.
          A ciência dá-nos muitas coisas boas, sem dúvida. Mas a ciência também é feita de hipóteses, teorias, especulações, algo que também não podemos negar. E também há que perceber que, infelizmente, por detrás de certas temáticas, há geralmente muitos interesses, pois não nos podemos esquecer que, o que rege este mundo, é o dinheiro, e fica sempre acima da boa vontade… O dinheiro e a ganância está a pôr a Humanidade na m*rda.
          Convém saber também que existem cada vez mais cientistas a refutar este alarmismo todo que estão a fazer, não negando que exista poluição feita pelo Homem, e que é maléfico para o ambiente, mas que a Terra é feita de ciclos, e que o Sol tem o papel principal de alterar o clima. Só porque esses cientistas não vão com o rebanho, pois também eles têm os seus dados científicos, os seus dados e gráficos, chamam-lhes de charlatães ou que estão a defender os interesses das petrolíferas…

          • Cara Jo, eu diria mais: a ciência é apenas feita de de hipóteses e teorias. Algumas teorias são suportadas por mais evidências, outras por menos, e algumas (muitas!) acabam por ser refutadas. É o processo científico. O caso do aquecimento global (e da poluição no geral) é daqueles em que cada vez há mais evidências e não menos. E, ao contrário do que afirma, a comunidade científica está cada vez mais convicta de que existe um sério problema. Existem é cada vez mais pessoas, desde políticos com interesses obscuros a pseudo-cientistas do YouTube, a espalhar a ideia de que o aquecimento global antropogénico não existe. Infelizmente estas pessoas conseguem influenciar parte da população menos informada, piorando ainda mais o problema.

          • A verdadeira conspiração e os verdadeiros interesses são ao contrário do que afirma. Sabia que nos EUA, devido ao Sr. Presidente Trump não “acreditar” no aquecimento global e para defender as industrias poluidoras dos amigos (carvão e petróleo), os cientistas que usufruem de financiamento federal não podem escrever “global warming” nem “climate change” nos artigos científicos que produzem, correndo o risco de perder o financiamento*? Sabia que, mesmo assim, praticamente todos os artigos chegam à conclusão de que o aquecimento global antropogénico é real? Não é que os cientistas sejam todos uns campeões da virtude. É que o Rei vai mesmo claramente nu e não vale a pena tapar o sol com a peneira, mesmo que o Rei decrete o contrário na Lei, como é o caso nos EUA.

            *Não é uma verdadeira conspiração, pois tudo isto é público.

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