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CSI da Idade da Pedra. Crânio fossilizado revela indícios de homicídio no Paleolítico

Segundo um estudo recente, uma nova análise ao crânio fossilizado de um homem do Paleolítico Superior sugere que a morte ocorre de forma violenta. Foi homicídio, disseram os Paleo-CSIs.

O crânio fossilizado de um homem adulto do Paleolítico, conhecido como Cioclovina calvaria, foi descoberto numa caverna no sul da Transilvânia e os cientistas acreditam que tenha cerca de 33.000 anos de idade.

Desde a sua descoberta, o fóssil foi extensivamente estudado. Na nova investigação, os cientistas reavaliaram o trauma no crânio – uma grande fratura no aspeto direito do crânio que foi contestada no passado – a fim de avaliar se essa fratura ocorreu no momento da morte ou se terá sido um evento pós-morte.

O artigo científico foi publicado no dia 3 de julho na PLOS One, por uma equipa internacional de cientistas da Grécia, Roménia e Alemanha, liderada por Eberhard Karls.

A equipa de investigadores realizou várias simulações experimentais de traumas utilizando doze esferas ósseas sintéticas, testando cenários variados como quedas de várias alturas e golpes simples ou duplos com rochas ou bastões. Além das simulações, os autores analisaram o fóssil visual e virtualmente usando tecnologia de tomografia computorizada.

De acordo com o portal Phys.org, os cientistas descobriram que o crânio apresentava, na verdade, duas lesões que aconteceram na hora da morte: uma fratura linear na base do crânio e uma fratura no lado direito da calota craniana.

As simulações mostraram que ambas as fraturas se assemelham ao padrão de lesão resultante de golpes consecutivos com um objeto parecido com um bastão. Aliás, o posicionamento sugere que o golpe resultante na fratura do lado direito do crânio surgiu de um confronto face a face, possivelmente com o bastão na mão esquerda do agressor.

A análise indica que as duas lesões não foram resultado de lesões acidentais.

Apesar de as fraturas terem sido fatais, só o crânio foi encontrado, pelo que as lesões que o corpo possivelmente apresenta poderiam sustentar esta tese. Independentemente disso, as evidências forenses descritas neste estudo apontam para uma morte violenta causada intencionalmente, sugerindo que o homicídio foi mesmo praticado pelos primeiros humanos durante o Paleolítico Superior.

“O Paleolítico Superior foi uma época de crescente complexidade cultural e sofisticação tecnológica. O nosso trabalho mostra que o comportamento interpessoal violento e o assassinato também faziam parte do repertório comportamental destes primeiros europeus modernos”, escreveram os autores no artigo científico.

ZAP //

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