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Dentes encontrados em Itália sugerem evolução humana precoce na Europa

Os restos de dentes encontrados em Itália revelam que o Velho Continente pode ter sido a casa de vários grupos distintos de humanos.

Segundo o Independent, alguns dos restos humanos mais antigos já encontrados em Itália estão a dar uma nova visão sobre a evolução humana na Europa. É o caso dos vários dentes examinados por cientistas, com cerca de 450 mil anos, que mostraram ter uma grande semelhança com os dos Neandertais.

Esta descoberta coloca uma forma ancestral dos Neandertais muito mais cedo na história humana, e sugere que a Europa pode ter abrigado vários grupos distintos de humanos.

“Os Neandertais são mais frequentemente encontrados em períodos mais recentes, por volta dos 100 mil a 40 mil anos”, explica Clement Zanolli, da Universidade Paul Sabatier, em França, ao jornal britânico. “A linhagem Neandertal antes disso não é muito conhecida”.

A evidência mais forte de ancestrais Neandertais no continente europeu antes dessa época são precisamente outros dentes encontrados em Espanha. Combinados com os novos exemplares descobertos em Itália, esses espécimes sugerem a presença de uma espécie conhecida como Homo antecessor, que finalmente deu origem a formas mais conhecidas.

No entanto, também sugerem uma imagem muito mais diversificada da Europa durante este período, quando grande parte do continente estava completamente coberto de gelo.

Os dentes encontrados em Itália são distintos de quaisquer outros já encontrados em toda a Eurásia nessa altura, sugerindo que várias linhagens humanas foram encontradas em toda a região.

“Todos estes espécimes podem pertencer a um grupo geral que poderíamos dizer que é ancestral dos Neandertais, mas pode ser que, devido às restrições climáticas, esses grupos tenham sido isolados”, explicou Zanolli.

Esse isolamento poderia, por sua vez, ter dado origem a formas diferentes, já que estes primeiros seres humanos evoluíram separadamente depois de terem sido separados pelas condições difíceis. “A vida foi provavelmente muito dura, e é muito surpreendente que se possam ter aventurado até ao norte”.

Os resultados, publicados esta quarta-feira na revista PLOS ONE, enfatizam a importância dos dentes como uma forma de entender os nossos primeiros ancestrais.

ZAP //

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