Com 80 anos, Miguel Castillo foi fazer Erasmus para Itália

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Kat Northern Lights Man / Flickr

Um espanhol, de 80 anos, decidiu que um ataque cardíaco não era motivo para parar de viver. Após reiniciar os estudos na Universidade de Valência, Miguel mudou-se agora para Verona, Itália, onde está a participar no programa Erasmus.

A história de Miguel Castillo chega-nos pelo Diário de Notícias. Com 80 anos, o espanhol, que estuda Geografia e História na Universidade de Valência, decidiu que estava pronto para mais um desafio na sua vida académica.

A solução? Fazer as malas e viajar até Verona, cidade italiana onde, nos próximos quatro meses, o octogenário vai ser um dos vários alunos a participar no programa Erasmus.

A chegada deste invulgar aluno à cidade foi recebida com muita agitação, escreve o DN. Na passada terça-feira, o espanhol foi recebido pelos alunos da Universidade com gritos que entoavam “Miguel, Espanha, toureiro”.

Estou emocionado, acho que não mereço tanto”, declarou ao jornal. “Não podia imaginar esta receção, com rádios, televisões, jornais… estou no céu. Os professores e os colegas são fantásticos. Já tenho amigos de até do Japão”, acrescentou, entusiasmado.

O notário, agora reformado, conta que decidiu voltar a estudar depois de sofrer, aos 75 anos, um ataque cardíaco. A ideia de participar no programa europeu surgiu de um professor, que “considerou que tinha muito a ver com o meu perfil inquieto“, recorda.

“Sabia que a ajuda económica era baixa mas estava preocupado em tirar o lugar a um jovem. Não queria prejudicá-los. Mas sobraram bolsas e aceitei”, afirma, acrescentando que, se voltar a ter esta oportunidade, vai para Lisboa.

Miguel garante que no serviço de Erasmus “são muito amáveis” e ajudam-no em tudo e que as autoridades académicas de Verona estão muito contentes com a sua presença. “É uma cidade pequena e a minha chegada está a dar-lhes muita publicidade“. Até já se fala numa audiência com o Papa, conta o espanhol. “Gostaria muito, não por ser muito religioso, mas sim porque respeito a sua figura”.

Quando decidiu avançar nesta aventura, juntamente com a esposa, as filhas não reagiram muito bem mas os seis netos adoraram a ideia. “São os meus grandes fãs, sobretudo o mais novo, de seis anos, está sempre a ligar-me”, conta ao diário.

Nas aulas, já é chamado de “avô” e garante que tenta ajudar em tudo o que pode. “Estou muito à vontade com os jovens. A juventude é maravilhosa, quando são rebeldes, há uma causa justa por trás. Todos os governos deveriam ajudar mais ao jovens”.

Além disso, garante que está pronto para uma boa farra. “Vou e quero ir às festas, dentro dos meus limites, mas estou cá com vontade de farra”, conta, animado.

ZAP //

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4 Comments

  1. sera que aos 80 anos uma pessoa normal nao tem mais para ensinar do que para aprender? provavelmente para ele , e como correr a maratona … quanto mais se estuda mais se quer estudar.. nao sera isso um vicio? ou sera que a vida desse octagenario é um deserto de calor humano e de prespetivas…..
    nao posso fazer desse senhor um modelo. nem sequer considero uma noticia…talvez um numero de circo de que tanto o povinhjo gosta e os midia impingem

  2. A negação da vida que sobressai dos comentários é grosseiramente redutora e estúpida. Não é palavra que use por norma nem é norma comentar, mostram mesmo o figurino da estupidez.

    • Também a estupidez presente no seu comentário é bem ilustrativa da sua redutora mentalidade e da sua incapacidade de compreender que quando um indivíduo estuda outro não, simplesmente porque neste mundo não há almoços grátis. Assim, o prezado senhor de 80 anos ao estudar rouba o lugar a um jovem que tem ainda uma vida de trabalho pela frente. Se este senhor pagar os seus estudos e não estiver a roubar uma vaga no ensino, tudo bem. Caso contrário, tudo mal.

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