Tem 6,5 km2 e fica a cerca de 40 quilómetros da costa norte da Islândia. É uma das povoações mais remotas da Europa, mas não para as centenas de milhares de pássaros que lá habitam.
Até 1931, a única forma de chegar a Grímsey era a bordo de um pequeno barco que entregava cartas duas vezes por ano na ilha. Hoje em dia, os voos de 20 minutos a partir da cidade de Akureyri e os ferry boats de três horas a partir da aldeia de Dalvík tiraram a ilha do isolamento — mais ou menos.
O rácio entre pássaros e humanos é surpreendente: cerca de 50 mil aves para um humano — há cerca de um milhão de pássaros, mas apenas 20 pessoas vivem em Grímsey. Halla Ingolfsdottir é uma delas.
“As pessoas pensam que me mudei para cá por amor, mas eu apaixonei-me pela ilha”, explicou a guia turística que mora na ilha à BBC. “Há uma magia e eu apaixonei-me pela forma como as pessoas viviam aqui, os ilhéus e a natureza. A natureza é muito poderosa aqui, é uma força natural diferente no inverno, e com a escuridão vêm as Luzes do Norte, as estrelas e as tempestades. Na primavera, vem a luz e os pássaros. Cada estação é especial”.
Grímsey é tão remota que está fora da rede elétrica nacional da Islândia. Em vez disso, toda a ilha funciona com um único gerador a gasóleo.
“As pessoas nas minhas visitas guiadas perguntam-me sempre se me aborreço, mas tenho tanto para fazer”, diz Ingolfsdottir. “Fazemos as mesmas coisas que os que vivem no continente: trabalhamos, vamos ao ginásio, fazemos exercício, mas é a natureza que me mantém aqui.” Tudo normal… mais ou menos.
Na ilha não existe hospital, nem mesmo um único médico. Também não há esquadra da polícia. Em caso de emergência, Ingolfsdottir diz que a Guarda Costeira e os serviços de emergência treinaram os habitantes para saberem como agir.
Ainda assim, a ilha recebe turistas, e várias das poucas casas funcionam como alojamentos locais. Há uma escola, mas funciona como centro comunitário, uma pequena mercearia que abre apenas cerca de uma hora por dia e um café que funciona também como loja de souvenirs.
Há ainda, dentro da ilha com 6,5 km2 que fica a cerca de 40 quilómetros da costa norte da Islândia, um restaurante com um bar dentro, uma piscina, uma biblioteca, uma igreja e a pista de aterragem — que também é um local popular para a aterragem de aves.
“Hoje em dia, as terras de Grímsey são propriedade dos residentes, da cidade de Akureyri e do Estado islandês, que trabalham para preservar o legado da ilha como um tesouro natural e uma comunidade resistente”, afirma María H Tryggvadóttir, gestora do projeto de turismo de Grímsey. “O que mais me fascina em Grímsey é o seu afastamento, a sua luz única e a sua incrível avifauna”.
A ilha conta com grandes populações de papagaios-do-mar, gaivotas de patas negras, bicos-de-lacre e guillemots — bem como cavalos e ovelhas islandeses que vagueiam livremente pela natureza.
A gestora turística garante ainda que “há algo de verdadeiramente excecional em vaguear ao longo dos penhascos íngremes desta ilha relvada, sentindo a profunda tranquilidade da paisagem, enquanto se está rodeado por milhares de aves marinhas. Mas é a sinceridade e o calor das pessoas que criam uma comunidade acolhedora e unida e fazem com que Grímsey seja verdadeiramente especial.”
A primeira foto com a casa não é em Grimsey, mas sim na Islândia continental, no início da península de Snæfellsnes, a caminho de Stykkishólmur.
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