Apenas 32% das pacientes fizeram um diagnóstico e 91% foram operadas. Mais de 80% das doentes não recebe qualquer apoio da Segurança Social e muitas continuam a trabalhar quando estão a fazer tratamentos.
A investigação arrancou em 2018 e abrangeu uma análise de literatura, uma análise a vários indicadores relativos à qualidade do tratamento e ainda inquéritos e entrevistas a 98 doentes, 22 profissionais de saúde e cinco profissionais com cargos de chefia.
As conclusões são preocupantes, já que apenas 32% das doentes inquiridas participaram num rastreio ao cancro da mama, com a auto-apalpação e a mamografia pedida pelo médico assistente a serem os métodos mais usados.
Em média, passaram 58 dias desde o diagnóstico até ao início do tratamento. 91% das pacientes foram operadas e 48% tiveram de fazer uma mastectomia total.
O relatório aponta várias falhas na rede de apoio às doentes, tanto financeiro, com menos de 20% a receber ajuda da Segurança Social, como emocional e logístico, com 40% a recorrer a familiares para receberem apoio informal
O impacto na saúde mental também não é esquecido. 71% das pacientes admite estar preocupada com a doença e 66% têm dificuldades em dormir.