A quimioterapia é um dos pilares mais credíveis no tratamento do cancro e tem salvo milhões de vidas. Contudo, um estudo publicado na passada quinta-feira pelo Journal of the American Medical Association aponta que utilizar tratamentos de quimioterapia em doentes com cancro em fase terminal pode causar mais mal do que bem.
O estudo baseou-se num grupo de 300 pacientes portadores de cancro com metástases, ou seja, tumores malignos já disseminados pelo corpo depois de surgirem num determinado órgão.
A maioria dos doentes sujeitos à análise eram homens por volta dos 60 anos com perspectivas de vida na ordem dos quatro meses.
Metade dos pacientes da investigação receberam quimioterapia, um cocktail de químicos potentes e variáveis injetados no corpo para destruir as células cancerígenas e reduzir os tumores.
Os efeitos secundários são muitos e variam de pessoa para pessoa: fraqueza, náuseas, fadiga, mucosite e queda de cabelo são os mais comuns.
O objectivo do estudo era examinar de que forma a quimioterapia afecta a qualidade de vida quando os doentes se encontram já numa fase terminal, particularmente em relação à sua capacidade de locomoção, realização de actividades e necessidades básicas.
Doentes pioraram
Baseados nas avaliações das pessoas encarregues de cuidar dos pacientes, que reflectiram sobre o sofrimento físico e psíquico nas últimas semanas de vida dos doentes, os investigadores notaram que a quimioterapia não melhorou a qualidade de vida dos pacientes que já tinham uma mobilidade limitada.
E aos que ainda eram capazes de realizar funções básicas, a quimioterapia fez com que a sua situação piorasse. O mesmo é falar numa diminuição de qualidade de vida.
Segundo o estudo dirigido, por Holly Prigerson, investigadora do Weill Cornell Medical College e do Hospital Presbiteriano de Nova Iorque, “a quimioterapia não só não beneficiou os doentes com capacidades diminuídas, como também pareceu prejudicial para os pacientes em bom estado funcional”
A investigação sugere que “as directrizes referentes ao uso da quimioterapia em pacientes com cancro terminal devam ser revistas para reconhecer os danos potenciais do uso da mesma em pacientes com doença metastática progressiva”.
Num editorial que acompanha o trabalho, os médicos Carlos Blanke e Erik Fromme, da Oregon Health and Science University, argumentam que a mudança de directivas no uso da quimioterapia em todos os casos não é a solução mais correcta.
Mas incentivam os médicos a desaconselhar a utilização da quimioterapia em pacientes com cancro avançado apenas nos últimos meses de vida.
“A quimioterapia é um dos pilares mais credíveis no tratamento do cancro” – Granda LOLADA!
Pois é… Mais de metade dos médicos, se lhes perguntarem se fariam quimio caso tivessem a doença, sabem qual é a resposta?
Um redondo NÃO. Existem outras alternativas, mas as pessoas aceitam tudo à primeira e nem questionam o que os seus médicos lhes dão.