A descida das taxas de juro trouxe números pouco animadores

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Friedemann Vogel / EPA

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde.

Descida de 25 pontos de base, quarto corte em 2024. Mas a recuperação económica na zona euro será mais lenta do que se esperava.

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu hoje reduzir as suas três taxas de juro diretoras em 25 pontos base, naquele que foi o quarto corte deste ano.

As taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de depósito, às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez serão reduzidas para, respetivamente, 3,00%, 3,15% e 3,40%.

A decisão “baseia-se na avaliação atualizada do Conselho do BCE das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, segundo o comunicado publicado nesta quinta-feira.

Mas…

A recuperação económica na zona euro será “mais lenta” do que o projetado em setembro.

O BCE estima agora um crescimento de 0,7% este ano, 1,1% em 2025 e 1,4% em 2026.

Estas projeções comparam com um crescimento de 0,8% em 2024, 1,3% em 2025 e 1,5% em 2026 estimado em setembro. O BCE inclui agora uma estimativa para 2027, de um crescimento de 1,3%.

No mesmo anúncio, o BCE destaca que “não obstante a recuperação do crescimento no terceiro trimestre deste ano, os indicadores de inquéritos apontam para um abrandamento no trimestre atual“.

“A recuperação projetada assenta principalmente na subida dos rendimentos reais – que deverá permitir às famílias consumir mais – e no aumento do investimento das empresas”, explica o banco liderado por Christine Lagarde, destacando que, “com o tempo, o desvanecimento gradual dos efeitos da política monetária restritiva deverá apoiar a retoma da procura interna“.

Inflação

O Banco Central Europeu reviu em baixa as previsões para a inflação na zona euro, estimando que a taxa será de 2,4% este ano e de 2,1% em 2025, ficando abaixo da meta dos 2% em 2026.

“Os especialistas do Eurosistema projetam que a inflação global se situe, em média, em 2,4% em 2024, 2,1% em 2025, 1,9% em 2026 e 2,1% em 2027, ano em que passa a estar operacional o Sistema de Comércio de Licenças de Emissão da União Europeia alargado”, lê-se no comunicado.

Estas projeções refletem uma revisão em baixa face às previsões de setembro, que apontavam para uma taxa de 2,5% este ano e 2,2% em 2025.

Já no que diz respeito à inflação subjacente, que exclui preços mais voláteis como os produtos energéticos e os produtos alimentares, projeta-se uma média de 2,9% em 2024, 2,3% em 2025 e 1,9% em 2026 e 2027.

A inflação desceu ligeiramente, mas “permanece elevada, sobretudo porque os salários e os preços em determinados setores ainda estão a ajustar-se, com um desfasamento substancial, à anterior subida acentuada da inflação”, salienta o BCE.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Continuem com as Sanções á Rússia que já verificamos que fazem 100% de efeito na Europa, todos pedem mais sanções á RUSSIA mas quando na Europa começar a aumentar o desemprego e a ser a Europa invadida por Migrantes sem qualquer controle depois venham defender as medidas de Lagarde.Não sou contra ajudar a Ucrania, mas quando já se investiu Biliões em um Pais que nem sabemos para onde vai o dinheiro conhecendo a Historia de Zellinsky, por um lado nada se vê no Recuo Russo, por outro a Europa está cada vez mais Pobre e continuam a investir Milhões num Pais que até os Americanos vão deixar de investir

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