Um peixe-lagarto gigante, com 25 metros, descoberto numa praia do Reino Unido pode ser o maior réptil marinho alguma vez encontrado.
Um ictiossauro recém-descoberto, que viveu há 200 milhões de anos no mar Triássico, é provavelmente o maior de sempre, dizem os autores de um novo estudo, publicado esta quarta-feira na PLOS One.
Os restos fossilizados agora encontrados, com 200 milhões de anos, sugerem que o gigantesco monstro marinho teria cerca de 25 metros — algo como duas vezes o tamanho de um autocarro.
A criatura recém-descoberta faz parte da ordem Ichthyosauria, cujos membros estavam entre os predadores marinhos dominantes durante a era Mesozóica, há 251,9 milhões a 66 milhões de anos. A espécie agora descrita viveu durante o final do período Triássico, há 251,9 milhões a 201,4 milhões de anos .
Os ictiossauros já tinham atingido enormes dimensões no início do Mesozoico, mas foi só no final do Triássico que surgiram as maiores espécies.
Embora o Mesozoico seja conhecido como a era dos dinossauros, os ictiossauros não eram eles próprios dinossauros. Em vez disso, explica o Live Science, evoluíram a partir de outro grupo de répteis.
O seu percurso evolutivo reflete de perto o das baleias, que evoluíram a partir de mamíferos terrestres que mais tarde regressaram ao mar. E, tal como as baleias, respiravam ar e davam à luz crias vivas.
A recém-descoberta espécie de ictiossauro foi desenterrada em pedaços entre 2020 e 2022 em Blue Anchor, Somerset, no Reino Unido.
O primeiro pedaço do fóssil foi observado no topo de uma rocha na praia, indicando que um transeunte o encontrou e o colocou lá para que outros o examinassem, explicaram os investigadores no artigo.
Os restos mortais do réptil são constituídos por uma série de 12 fragmentos de um osso surangular, que se encontra na parte superior do maxilar inferior. Os investigadores estimam que o osso tinha 2 metros de comprimento e que o animal vivo teria, nesse caso, cerca de 25 metros de comprimento.
Os investigadores deram ao monstro marinho o nome de Ichthyotitan severnensis, que significa peixe-lagarto gigante do Severn, em homenagem ao estuário do Severn, onde foi encontrado.
A equipa acredita que não se trata apenas de uma nova espécie, mas de um género inteiramente novo de ictiossauro — do qual são já conhecidas mais de 100 espécies.