Mega-estudo refuta um mito famoso sobre os canhotos

Alejandro Escamilla / Wikimedia

A nova pesquisa contraria a ideia de que os esquerdinos têm melhores capacidades de navegação espacial do que os destros.

Um estudo recente, publicado na Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, desafiou as crenças de longa data sobre a relação entre ser destro ou canhoto e as habilidades de navegação espacial.

Contrariando a sabedoria convencional, a pesquisa, que recrutou milhões de participantes em todo o mundo, não encontrou diferenças significativas nas habilidades espaciais entre canhotos e destros.

Há anos que os cientistas especulam sobre uma possível ligação entre a mão dominante e as habilidades espaciais, teorizando que a lateralização cerebral poderia desempenhar um papel nessa relação. Estudos anteriores sugeriram que os canhotos poderiam ter vantagens em tarefas espaciais, mas essas pesquisas eram limitadas em tamanho e escopo.

O novo estudo abordou essas lacunas usando um vasto conjunto de dados recolhidos através de um videojogo de telemóvel, investigando se a mão dominante realmente influencia as habilidades espaciais.

Os cientistas usaram uma aplicação chamada Sea Hero Quest e foram recrutados mais de 4 milhões de participantes de todo o mundo. Dos milhões de participantes, uma subamostra foi cuidadosamente selecionada para análise, resultando em 422 772 participantes de 41 países diferentes.

A habilidade de navegação espacial foi avaliada com base em níveis específicos do jogo Sea Hero Quest, onde os participantes tinham que navegar um barco virtual até locais designados no mapa.

Contrariamente ao que se pensava, os resultados mostraram que não há diferença significativa na habilidade de navegação espacial entre canhotos e destros, mesmo tendo em conta factores como as diferentes culturas dos participantes ou a dificuldade da tarefa, relata o Psy Post.

O estudo também descobriu variações na prevalência de canhotos entre os países, mas a eficácia nas habilidades espaciais não variou significativamente, sugerindo uma consistência global.

Embora existam limitações, como a dependência de informações autodeclaradas sobre a mão dominante, este estudo abre caminho para futuras investigações mais detalhadas sobre o impacto que a nossa mão dominante pode ter na nossa vida.

ZAP //

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