Um grupo de investigadores norte-americanos e dinamarqueses descobriram uma nova estrutura cerebral – uma fina membrana localizada abaixo dos ossos do crânio que parece contribuir para a defesa do cérebro.
De acordo com o Folha de S. Paulo, a descoberta desta nova estrutura, designada por Slym (subarachnoidal lymphatic-like membrane), deu origem a um estudo publicado na quinta-feira na Science.
Segundo o jornal brasileiro, o primeiro autor do estudo, Kjeld Møllgård, professor de neuro-anatomia na Universidade de Copenhaga, questionava-se se o sistema nervoso central possuia mesotélio (camada que reveste internamente o tórax, abdómen e o espaço em torno do coração, protegendo os órgãos). Com este estudo, foi confirmado que sim.
A Slym divide o espaço abaixo da camada aracnóide e, segundo os investigadores, ajuda a controlar o fluxo de líquido cefalorraquidiano, contribuindo para o transporte e a remoção de resíduos do cérebro.
A estrutura, continuou o jornal brasileiro, consiste em apenas uma ou algumas células de espessura. Ainda assim, ao permitir o influxo de líquido cefalorraquidiano fresco e a saída de proteínas tóxicas, os investigadores avaliam que possa estar associada à Alzheimer e a outras doenças neurológicas.
As conclusões indicam que a integridade da Slym impede a entrada de células de defesa externas – o sistema nervoso central mantém a sua própria população de células de defesa. Além disso, a estrutura parece concentrar células que examinam o líquido cefalorraquidiano em busca de sinais de infeção.
“A caracterização funcional da Slym fornece informações fundamentais sobre as barreiras imunológicas e o transporte de fluidos no cérebro”, referiram os investigadores, citados pelo Folha de S. Paulo.