António Cotrim / Lusa
Responsável do INEM justifica números elevados com a “a dificuldade em fixar médicos do Serviço Nacional de Saúde nas urgências”.
A falta de médicos é a principal justificação para o número elevado de horas que, em 2021, as viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER) permaneceram paradas, o que situou os níveis de operacionalidade nos piores valores desde 2014. A informação foi revelada pelo INEM e divulgada hoje pelo Jornal de Notícias, que destaca que no último ano estas viaturas estiveram paradas quase sete mil horas, 5400 dos quais precisamente por falta de tripulação.
De acordo com a mesma fonte, estes números remetem para uma taxa de inoperacionalidade de 1,8%, o pior registo desde 2014, quando o valor se fixou nos 2,5%.
Naturalmente, o território português não é afetado de igual forma, já que a falta de médicos tende a fazer-se sentir com mais ênfase no interior do país. Guarda, Castelo Branco e Portalegre são alguns dos distritos com piores números. Segundo o JN, estes territórios dispõem de quatro VMER que registaram em 2021 um total de 3254 horas de inoperacionalidade, o equivalente a 135 dias completos.
No que respeita a distribuição temporal anual, o mês de dezembro foi o mais preocupante. Através dos dados revelados pelo INEM foi possível perceber que neste período a VMER da Guarda esteve indisponível 277 horas (12 dias), a de Castelo Branco 131 horas (seis dias), a da Covilhã 100 horas (quatro dias) e a de Portalegre 76 horas (três dias). Estes valores têm naturalmente impacto na totalidade do ano. Relativamente às viaturas com menor operacionalidade mas no litoral, destacam-se as de Matosinhos (7,7%), Vila Nova de Gaia (6,2%) e a do Hospital de Santa Maria (5,2%).
Em declarações à mesma fonte, Luís Meira, presidente do INEM, justificou a disparidade dos números entre o interior e o litoral com “a dificuldade em fixar médicos do Serviço Nacional de Saúde nas urgências”. O responsável garantiu ainda que as dificuldades ao nível dos recursos humanos é relativa aos hospitais e que nem todas as VMER do interior se deparam com o mesmo problema.
Um destes dias um amigo jovem acabado de se formar na medicina, estava revoltado porque um amigo lhe perguntou se ia para o SNS, uma vez que disse que ia para o estrangeiro, o amigo dele soltou o comentário : há ladrão que que nos roubaste o investimento que fizemos em vocês.