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IA “sommelier” escreve críticas de vinhos sem beber um único gole

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Sem abrir a garrafa, um algoritmo de Inteligência Artificial escreveu críticas a vinhos e cervejas ao nível dos melhores sommeliers.

Um sommelier, também conhecido como escanção, é o profissional responsável por cuidar da carta de bebidas de restaurantes e bares.

O especialista é o responsável pela escolha, compra, armazenamento e até prova das bebidas antes que sejam servidas ao cliente. O sommelier também pode fazer recomendações aos clientes de vinhos que harmonizem melhor com os pratos escolhidos.

As críticas escritas por um escanção também são úteis na hora de escolher qual o melhor vinho para comprar. O resultado é uma caracterização meticulosa do vinho, tentando transparecer as notas de sabor e aromas que a bebida traz ao seu degustador.

Mas agora um novo algoritmo de Inteligência Artificial (IA) conseguiu replicar as críticas a vinhos e cervejas sem sequer abrir a garrafa e dar um gole. Os resultados do estudo foram recentemente publicados na revista International Journal of Research in Marketing e, segundo os investigadores, as críticas escritas pela IA passam facilmente pelas críticas escritas por humanos.

A equipa de cientistas espera que este algoritmo possa ajudar os produtores de cerveja e vinho a agregar um grande número de avaliações ou fornecer aos avaliadores humanos um modelo para trabalhar, detalha a Scientific American.

O algoritmo de IA foi usado com vinho e cerveja, mas podia ter sido usado com qualquer outro produto. Os investigadores optaram por estas bebidas, uma vez que as suas descrições têm um grande número de variáveis.

Os autores do estudo treinaram o algoritmo com base numa década de críticas profissionais – cerca de 125 mil no total – extraídas da revista Wine Enthusiast. Além disso, foram usadas 143 mil críticas a cervejas do site RateBeer.

“Aromas de menta e cedro dão lugar a sabores vivos de frutas vermelhas e uma boa estrutura de taninos moderados e corpo cheio. O vinho é complexo, interessante e também rico em frutas”, lê-se, por exemplo, num excerto da crítica ao Bogle 2019 Old Vine Zinfandel, um vinho californiano.

Os investigadores pediram a um grupo de voluntários para ler críticas escritas pela Inteligência Artificial e outras por humanos. Na maioria dos casos, os voluntários não conseguiram distinguir as críticas escritas por IA e humanos.

O algoritmo pode até, por vezes, nem ser capaz de prever com precisão o perfil de sabor de uma bebida. “O modelo não pode provar vinho ou cerveja”, salientou o coautor Praveen Kopalle.

Daniel Costa, ZAP //

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1 Comment

  1. É uma opinião baseada na opinião de muitos humanos. Não me parece que seja algo a ter em conta ,visto que os humanos são todos diferentes a emitir opiniões.

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