Austrália. Câmaras com IA apanham mais de 270 mil condutores a usar o telemóvel

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A Austrália instalou as primeiras câmaras do mundo que utilizam inteligência artificial para detetar condutores a utilizar o telemóvel — e já apanharam milhares de infratores. A nova tecnologia parece estar a dissuadir o comportamento arriscado.

Em março de 2020, um dos estados australianos começou a emitir multas com base nas novas câmaras de trânsito e, desde então, a tecnologia detetou mais de 130 milhões de veículos e mais de 270 mil condutores a usar o telemóvel.

No entanto, a medida parece estar a funcionar. De acordo com a New Scientist, a proporção de condutores vistos a utilizar telemóvel caiu de um em 82 (dados de 2019) para um em 478, em 2021.

“Sabemos que as câmaras de deteção de telemóveis estão a funcionar e as pessoas estão a receber a mensagem de não utilizarem os seus telefones ilegalmente, uma vez que temos visto uma queda significativa nas infrações“, disse Tara McCarthy, do Transport for NSW, o organismo governamental que opera as câmaras.

A nova tecnologia tem o potencial de melhorar a segurança rodoviária, uma vez que tirar os olhos da estrada durante mais de dois segundos — o tempo de ler uma mensagem no telemóvel — duplica o risco de acidente, continuou.

A modelação feita por investigadores da Universidade de Monash, em Melbourne, estima que as câmaras podem evitar 19 acidentes fatais e lesões graves por ano, apenas em New South Wales, o estado australiano onde a tecnologia já está a a ser usada.

Em 2019, New South Wales começou gradualmente a instalar câmaras em locais fixos não revelados e em unidades móveis e planeia ter 45 a funcionar até meados de 2022.

Vários outros estados e territórios australianos instalaram também câmaras de deteção de telemóveis ou tencionam fazê-lo e os Países Baixos tornaram-se o primeiro país europeu a começar a utilizá-las em novembro de 2020.

As câmaras funcionam através de imagens de alta definição da frente de cada veículo e o software de inteligência artificial analisa as imagens para identificar os condutores que levam um telemóvel na mão. Posteriormente, há pessoas responsáveis por analisar as imagens assinaladas como potenciais infrações, antes de serem emitidas as sanções — que podem incluir uma multa de 352 dólares australianos (cerca de 220 euros) e a perda de pontos na carta de condução.

A tecnologia foi desenvolvida pelo engenheiro Alexander Jannink, que perdeu um amigo atropelado por um condutor que estava a enviar mensagens.

ZAP //

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