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Estômago de dinossauro preservou a sua última refeição durante 110 milhões de anos

Cientistas canadianos analisaram a última refeição de um anquilossauro nodossóide, com 110 milhões de anos, ainda na sua barriga fossilizada.

De acordo com o site Science Alert, este dinossauro herbívoro de 1300 quilos – Borealopelta markmitchelli – descoberto em 2011, poderá ter o estômago de dinossauro mais bem preservado já encontrado pela comunidade científica.

Depois de cinco anos de trabalho, investigadores conseguiram analisar a massa, do tamanho de uma bola de futebol, na sua barriga fossilizada, composta essencialmente por folhas mastigadas.

“Quando examinámos o conteúdo do estômago através de um microscópio, ficámos chocados por ver material vegetal tão bem preservado e concentrado”, declarou o biólogo David Greenwood, da Universidade de Brandon, no Canadá.

No total, a equipa encontrou 50 tipos de microfósseis de plantas, incluindo seis tipos de musgo ou hepáticas, uma grande variedade de fetos, vários tipos de coníferas e duas plantas com flores.

Pelo meio, os cientistas também encontraram gastrólitos – pedras deliberadamente ingeridas pelos animais para os ajudar a fazer a digestão de materiais mais duros – e, talvez o mais intrigante, vegetação queimada, que pode ter sido devorada por acidente ou de propósito.

“Há carvão considerável no estômago, a partir de fragmentos de plantas queimadas, que indica que o animal estava a procurar numa área recentemente queimada e que estava a tirar partido disso e dos fetos, que frequentemente emergem nestas circunstâncias. Esta adaptação à ecologia do fogo é informação nova para nós”, explica Greenwood.

Os investigadores têm quase a certeza de que o dinossauro morreu logo após a sua última refeição, mas se esta é, ou não, indicativa do que outros dinossauros herbívoros do seu tempo comiam, é ainda uma incerteza.

O estudo foi publicado, esta quarta-feira, na revista científica Royal Society Open Science. O estômago fossilizado, por sua vez, encontra-se exposto, juntamente com o esqueleto do dinossauro, no Museu Royal Tyrrell, em Alberta.

ZAP //

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