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Descoberta máscara que pode representar o amado rei maia Pakal, o Grande

(dr) INAH

Arqueólogos pensam ter encontrado máscara que representa Pakal, o Grande

Arqueólogos no México desenterraram um máscara de gesso em tamanho real no Palácio de Palenque, em Chiapas, que pode representar um dos mais importantes e amados reis da Mesoamérica: K’inich Janaab’ Pakal.

De acordo com o Science Alert, também conhecido como “Pakal, o Grande”, o seu reinado foi o mais longo da história das Américas, tendo chegado ao trono com apenas 12 anos em 615 A.C. e governou até morrer 68 anos depois, aos 80 anos de idade.

A máscara foi descoberta num edifício chamado Casa E, onde se pensa que Pakal tenha sido empossado como rei, anunciou no início deste mês o Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH).

“Não é a representação de um deus. Depois de analisarmos várias imagens, é possível que seja Pakal, o Grande. Temos bastantes certezas disso neste momento”, afirma o arqueólogo Arnoldo González, citado pelo mesmo site.

A máscara estava juntamente com o que o instituto apelidou de uma “vasta oferenda”, já que no local se encontravam também fragmentos de alabastro, figuras e fragmentos de cerâmica, pérolas, jadeíta, sílex, madrepérola, obsidiana, cinábrio, pirita polida e ossos de animais.

A oferenda, associada ao fim da construção de um edifício ou secção do mesmo, teria sido de grande valor – os materiais encontrados eram estranhos a Palenque. Além disso, os vasos de cerâmica datam esta oferenda à fase cerâmica de Murciélagos, há cerca de 700 A.C., o que significa que talvez tenha sido dada no final do reinado de Pakal.

Os investigadores acreditam que a máscara tenha feito parte de alguma decoração arquitetónica, embora não se saiba ao certo onde e como. Curiosamente, parece representar um rosto fortemente alinhado o que, sabendo que Pakal reinou toda a vida, sugere que seja a primeira máscara encontrada que mostra o rei na sua velhice.

O rei Pakal quando era adolescente (à esquerda) e quando era um jovem adulto (à direita)

“É uma descoberta importante porque, ao contrário de outros sítios maias onde as representações são genéricas, em Palenque muitas das características que vemos em murais ou relevos são fiéis representações de personagens específicas”, explica o arqueólogo Benito Venegas Durán.

Os elementos representados na oferenda, segundo os investigadores, indicam um contexto aquático ou ligado à fertilidade. Alguns dos ossos descobertos eram de peixes ou de tartarugas e uma das figuras assemelha-se a um camarão, enquanto que um navio desenhado a esgrafito foi decorado com lírios e peixes.

A descoberta foi feita quando os arqueólogos seguiam o rasto de canais de água, com o objetivo de descobrir como a civilização maia drenava a água do edifício.

Em vez disso, a equipa canalizou a água até à Casa E, onde também encontraram restos de uma lagoa, com bancos ao lado, o que, relacionando com os temas da oferenda, “dá-nos a visão de uma possível relação com desportos aquáticos“, nota González.

“Palenque continua a deslumbrar-nos com tudo o que tem para oferecer no contexto arqueológico, antropológico e histórico”, considera Diego Prieto Hernández, diretor-geral do INAH.

ZAP //

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