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A Via Láctea vai mesmo colidir com Andrómeda (e já tem data marcada)

NASA

Andrómeda

A Via Láctea vai sobreviver na sua forma atual durante mais tempo do que os astrónomos pensavam, sugere um novo estudo. Porém, a colisão entre a nossa galáxia e a Andrómeda, não só vai acontecer, como também tem data marcada.

A monstruosa colisão entre a Via Láctea e a Andrómeda vai acontecer daqui a 4,5 mil milhões de anos, de acordo com um novo estudo, baseado em observações feitas pelo telescópio Gaia da Agência Espacial Europeia.

Anteriormente, os cientistas acreditavam que isso aconteceria em 3,9 mil milhões de anos, mas os autores da investigação, publicada no Astrophysical Journal, determinaram uma data diferente, que dá mais alguns anos à nossa galáxia.

“Esta descoberta é crucial para a nossa compreensão sobre como as galáxias evoluem e interagem”, disse Timo Prusti, que não esteve envolvido no estudo, em comunicado.

O telescópio Gaia foi lançado em dezembro de 2013 para ajudar os investigadores a criar o melhor mapa 3D da Via Láctea já construído. A espaço-nave tem monitorizado com precisão as posições e movimentos de um grande número de estrelas e outros objetos cósmicos. A equipa tem como objetivo rastrear mais de mil milhões de estrelas.

A maioria das estrelas que Gaia está de olho está na Via Láctea, mas algumas estão em galáxias próximas. No novo estudo, os investigadores rastrearam um número de estrelas na nossa galáxia, na Andrómeda e na espiral Triangulum. Estas galáxias vizinhas estão entre 2,5 milhões e três milhões de anos-luz da Via Láctea e podem estar a interagir umas com as outras.

“Precisávamos explorar os movimentos das galáxias em 3D para descobrir como cresceram e evoluíram e o que cria e influencia as suas características e comportamento”, disse o principal autor do estudo, Roeland van der Marel, do Space Telescope Science Institute.

Este trabalho permitiu que a equipa determinasse as taxas de rotação da Andrómeda e da Triangulum – algo que nunca tinha sido feito antes. Usando as descobertas e análises derivadas de Gaia sobre as informações arquivadas, a equipa mapeou como as galáxias se moviam pelo espaço no passado e onde passarão os próximos milhões de anos.

Os autores preveem que não será uma colisão frontal, mas um “golpe lateral”, que não será demasiado devastador. Como a distância entre as estrelas e as galáxias ainda é astronomicamente grande, o nosso Sistema Solar tem bastante probabilidade de sair intacto do evento.

No entanto, antes da colisão com Andrómeda, a Via Láctea terá de suportar algo semelhante com a Grande Nuvem de Magalhães  e que deverá acontecer em 2,5 mil milhões de anos. Enquanto a Andrómeda é um pouco maior que a nossa galáxia, a Grande Nuvem de Magalhães tem apenas 1/80 da massa da Via Láctea.

Ainda assim, a colisão com a Grande Nuvem de Magalhães afetará a nossa galáxia, supostamente ao aumentar a massa do buraco negro supermassivo no seu centro e ao remodelar a Via Láctea numa galáxia espiral padrão.

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