Travões, bombas-relógio e falências em massa. Os alertas dos partidos a Marcelo

Miguel A. Lopes / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve, esta quarta-feira, reunido com os partidos com assento parlamentar para falar sobre a renovação do estado de emergência.

De acordo com o jornal Público, o PSD vai voltar a votar a favor da renovação do estado de emergência, mas Rui Rio está preocupado com a subida do índice de transmissibilidade da covid-19, o R(t).

Em declarações ao jornalistas após a reunião, Rio disse que “as pessoas andam a incumprir” e sentiu o “dever de alertar todos os portugueses” para a necessidade de “cumprir as regras” e que “cada um seja muito rigoroso consigo próprio” para manter os níveis atuais e se possa continuar com o plano de desconfinamento.

“Se [o RT] subir acima de 1, temos de voltar para trás” no plano de desconfinamento”, alertou o líder do PSD.

Rio exigiu ainda ao Governo que faça o “controlo das fronteiras para evitar a importação de novas estirpes, principalmente do Brasil e da África do Sul”, que avance com os testes em massa e que o plano de vacinação “avance o mais rápido possível”.

Questionado sobre a extensão do estado de emergência até maio, Rio disse que o PSD continuará a dar “a base legal” para que o Governo tome as medidas de contenção da pandemia, mas que o que importa aos portugueses são as medidas.

BE alerta para moratórias, PCP para falências

A líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, alertou que uma em cada cinco famílias tem uma moratória no crédito à habitação e um terço do crédito das empresas está em moratórias que acabam a 31 de março. “Uma autêntica bomba-relógio”, afirmou.

“Não aceitamos que as famílias tenham sido empurradas para as moratórias e agora elas venham a terminar em pleno estado de emergência”, disse.

Catarina Martins exige “uma atuação rápida do Governo” para evitar “a tragédia para as famílias, para as empresas e para o sistema bancário” devido ao crédito mal-parado. Para resolver o problema, o Bloco propõe que se estendam as moratórias “pelo menos até Setembro e se criem planos de regularização dessas dívidas”.

Já Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, alertou para o risco de “falências em massa” de micro, pequenas e medias empresas e o aumento do desemprego que pode atingir 15%.

Na reunião, o líder do PCP afirmou ter transmitido “uma preocupação”, com as falências e o aumento do desemprego, e “três prioridades” no combate à epidemia: mais rastreio, mais testagem e mais vacinação.

O partido exige que o Governo execute as medidas de apoios social e económico que tem vindo a anunciar. “Mais do que anúncios, os apoios têm de chegar às pessoas e às micro, pequenas e médias empresas”, disse.

O PCP vai voltar a votar contra a renovação do estado de emergência.

Maria Campos, ZAP //

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