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Trânsito em Lisboa regista valores mais altos do que em pré-pandemia – e há uma razão para isso

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O trânsito na capital tem registado valores que ultrapassaram os da pré-pandemia. O receio que as pessoas ainda têm de usar transportes públicos é visto como o principal fator.

Se durante o período de confinamento circular de carro nas ruas de Lisboa, sem ficar preso no trânsito, era possível, agora esse cenário passou a ser praticamente impossível.

De acordo com os dados da TomTom Traffic Index, divulgados pelo Diário de Notícias, de 27 de setembro a 3 de outubro, foi a primeira semana de 2021 em que o tráfego em Lisboa foi superior à semana homóloga de 2019, registando um valor 3% superior.

“Este aumento de tráfego deve-se essencialmente a vários fatores. Um deles é o desconfinamento e a retoma progressiva da atividade normal. Outro fator é a utilização do automóvel para levar os filhos à escola e que é responsável por cerca de 20% do tráfego em Lisboa”, explica ao DN Fernando Nunes da Silva, professor do Instituto Superior Técnico e especialista em transportes e urbanismo.

Por outro lado, o especialista refere que “enquanto a memória da pandemia estiver presente, e o receio de uma nova variante que provoque uma nova vaga de pandemia estiverem presentes, a preferência pelo transporte individual manter-se-á“.

Por sua vez, Francisco Ferreira, presidente da associação ambientalista ZERO, fala em “altura absolutamente desastrosa”.

Está a acontecer aquilo que nós não queríamos que acontecesse, porque basicamente o trânsito significa ruído, significa poluição do ar, significa baixa produtividade por causa das horas passadas em congestionamentos, significa mais gastos para as famílias, significa menos uso do transporte público”, que alerta que a tendência da deslocação em viatura própria deve ser evitada.

Neste sentido, escreve o DN, os transportes públicos em Lisboa estão numa trajetória contrária à dos automóveis em termos de utilização, apresentando em setembro números inferiores aos do mesmo mês de 2019.

Fernando Nunes da Silva considera que o facto das pessoas evitarem o uso de meios de transporte públicos se deve sobretudo ao receio que ainda têm de contrair o vírus.

Assim, o especialista acredita que é muito provável que o fluxo de trânsito em Lisboa seja cada vez mais superior aos valores pré-pandemia.

ZAP //

 

 

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