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Revelada formação estelar nunca vista na Via Láctea

Um estudo que utilizou dados de dois dos radiotelescópios mais poderosos do mundo revelou traçadores nunca antes vistos da formação de estrelas massivas.

No comunicado da norte-americana National Radio Astronomy Observatory (NRAO), é possível ler que os astrónomos usaram o Very Large Array (VLA), nos Estados Unidos, e o Radiotelescópio Effelsberg, na Alemanha, para fazer um levantamento detalhado de um grande segmento da Via Láctea.

Este novo levantamento, batizado GLOSTAR (Global View of the Star Formation in the Milky Way), forneceu novos dados sobre os processos de nascimento e morte de estrelas massivas, bem como sobre o ténue material entre as estrelas.

Na mesma nota lê-se que a equipa já publicou vários artigos na revista científica Astronomy & Astrophysics, que relatam os resultados iniciais da investigação, mas as observações continuam e serão publicados mais resultados posteriormente.

Foi através do GLOSTAR que os investigadores detetaram traçadores reveladores das fases iniciais da formação de estrelas massivas, incluindo regiões compactas de hidrogénio ionizado pela poderosa radiação de estrelas jovens e a emissão de rádio de moléculas de metanol que podem apontar a localização de estrelas muito jovens ainda profundamente envoltas pelas nuvens de gás e poeira em que se estão a formar.

O estudo também encontrou muitos novos remanescentes de explosões de supernovas, isto é, as mortes dramáticas das estrelas massivas. Pesquisas anteriores tinham encontrado menos de um terço do número esperado na Via Láctea. Agora, na região estudada, o GLOSTAR mais do que duplicou esse valor apenas com os dados do VLA (espera-se que este ainda aumente com os dados do Effelsberg).

Este é um passo importante para resolver este mistério de longa data dos remanescentes de supernova perdidos”, disse Rohit Dokara, estudante de doutoramento no Instituto Max Planck de Radioastronomia e autor principal de um estudo sobre os remanescentes.

Os resultados do GLOSTAR, combinados com outras pesquisas de rádio e infravermelhos, “oferecem aos astrónomos um censo quase completo de aglomerados formadores de estrelas massivas em várias etapas de formação, e isso terá um valor duradouro para estudos futuros”, disse ainda William Cotton, do NRAO.

ZAP //

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