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Reformas na função pública subiram para 43% (e um quinto são professores)

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Manuel de Almeida / Lusa

Mais de 6.500 trabalhadores das administrações públicas aposentaram-se na primeira metade deste ano, o que representa um crescimento de 43% face ao mesmo período de 2019. A maioria das saídas deriva de áreas como a educação, setor muito marcado pelo envelhecimento dos professores.

As estatísticas da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público, divulgadas ontem, indicam que houve 17 806 saídas das administrações públicas desde o início do ano, das quais 6.504 foram para a reforma. No entanto, no primeiro semestre de 2019 só houve 4563 novos aposentados, o que representa aumento em 2020.

A maioria das aposentações foram no setor do Estado e, em particular, na área da educação. 1.308 profissionais desta área seguiram para a reforma, um quinto do total dos aposentados. O setor empresarial do Estado regista também 821 saídas para a aposentação e a Administração Interna outras 640. A saúde também foi das áreas mais penalizadas, uma vez que reformaram-se 404 trabalhadores.

A aceleração das aposentações no Estado acontece depois de terem sido retomadas progressões, e também reconhecido tempo de serviço que estava congelado em várias carreiras especiais, diz o DN.

Segundo o DN, apesar do aumento das saídas para aposentação, a função pública conseguiu na primeira metade deste ano voltar a superar os 700 mil profissionais, algo que não se verificava desde há oito anos.

De acordo com os dados da DGAEP, as contratações da saúde devido à pandemia, a integração da EMEF- Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário na CP, a vinculação de precários no IEFP, assim como a finalização de concursos para novos inspetores do Trabalho, fizeram com que o emprego público crescesse em 0,9% no primeiro semestre.

Assim sendo, o emprego público abrange agora 705.212 pessoas, mais 6.576 do que no final do último ano. Desde 2012 que o número de trabalhadores das administrações públicas não estava a este nível, revela o DN.

Os novos dados também dão conta da evolução das remunerações dos funcionários públicos. Alterações como a valorização em 0,3% da generalidade de remunerações, aumentos em 10 euros nos salários mais baixos, ou o aumento do subsídio de refeição, fizeram com que o salário público médio crescesse em junho 2,9%, em comparação com o mesmo período do ano passado. Estando agora nos 1782,80 euros.

ZAP //

1 Comment

  1. Pessoas de 60 e tal anos a dar aulas a miúdos! Quando eu era miúdo havia uma coisa chamada fosso de gerações. Agora, nas escolas, o fosso transformou-se numa outra coisa do tamanho do Grand Canyon.

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