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“A paciência está a acabar”. Biden anuncia plano de vacina obrigatória que afecta 100 milhões de pessoas

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gageskidmore / Flickr

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden

O negacionismo tem levado a um grande aumento dos casos e hospitalizações por covid-19 nos EUA, com 80 milhões de americanos ainda sem vacina. Biden anunciou um grande pacote de medidas para obrigar a população a vacinar-se.

Num discurso à nação na quinta-feira, Joe Biden anunciou um pacote de medidas que torna obrigatória a vacina para 100 milhões de americanos, a posição mais forte adoptada pelo Presidente até agora.

Depois de ter imposto uma regra em Julho que obrigava os funcionários públicos federais a comprovarem que estão vacinados ou então a serem regularmente testados para poderem trabalhar, desta vez a Casa Branca foi mais longe e removeu a opção do teste.

Os funcionários de empresas que tenham contratos públicos também vão ser abrangidos e a medida vai afectar 2.1 milhões de trabalhadores.

A principal medida vai afectar todas as empresas com 100 ou mais funcionários, que têm de garantir que os trabalhadores ou estão vacinados ou então são testados uma vez por semana. Quem não cumprir está a arriscar sofrer multas pesadas de até 14 mil dólares por cada funcionário.

Já cerca de 300 mil educadores do programa federal Head Start – que dá apoio à educação e nutrição de crianças pequenas de famílias carenciadas – também vão ter de ser vacinados. Biden apelou também a que os governadores ordenem a vacinação para os professores e funcionários das escolas.

Os 17 milhões de profissionais de saúde que trabalham em empresas que recebam fundos dos programas federais Medicare (que apoia cidadãos acima dos 65 anos) ou Medicaid (para cidadãos carenciados) também vão ter de ser vacinados.

O chefe de Estado anunciou ainda a expansão dos testes gratuitos com activação do Defense Production Act, uma medida usada durante as guerras para obrigar empresas que produzem bens essenciais a acelerar a produção. A administração está a planear enviar 25 milhões de testes grátis para clínicas de saúde americanas.

“Temos sido pacientes, mas a nossa paciência está a esgotar-se e a vossa recusa tem-nos custado a todos”, avisou aos negacionistas, apesar de a vacina da Pfizer ter inclusivamente já sido aprovada pela Administração de Alimentos e Medicamentos para além do uso de emergência.

O Presidente acrescentou que o país está “frustrado” com os 80 milhões de habitantes que ainda não se vacinaram. “Apesar de estarmos numa posição melhor do que há sete meses quando assumi a presidência, preciso de vos dizer que estamos numa fase difícil e que isto pode durar algum tempo”, alertou num discurso a partir da Casa Branca.

O novo pacote de medidas surge numa altura em que os Estados Unidos estão com uma média de 150 mil novos casos diários, cerca de 36 mil mais do que no período homólogo, quando a vacinação ainda nem tinha começado. Em média, 1500 pessoas morrem diariamente devido à covid-19.

Em Julho, o Presidente já se tinha mostrado preocupado com os números e com a resistência à vacinação de um segmento da população. “Isto é uma tragédia americana. As pessoas estão a morrer, e vão continuar a morrer, que não têm de morrer”, afirmou.

No total, 62% da população já recebeu pelo menos uma dose das vacinas e 53% já está totalmente imunizada. Há cerca de dois meses, Biden já tinha declarado que os Estados Unidos estavam “independentes” do vírus, mas o anúncio foi prematuro e os seus planos para controlar a pandemia até ao fim do Verão falharam devido à resistência à vacina.

Esta falha tem-se reflectido na popularidade de Biden. Uma sondagem do Washington Post e da ABC News feita no final de Agosto concluiu que 52% dos inquiridos aprovam a actuação do Presidente face à pandemia, o que representa uma quebra de 10 pontos em relação a Junho. A covid-19 já matou mais de 650 mil norte-americanos.

Adriana Peixoto, ZAP //

15 Comments

  1. A vacina não deve ser obrigatória, deve ser uma decisão individual. Há pessoas que não a podem tomar porque correm o risco de morrer. Se é verdade o que disse o infarmed que morreram 68 pessoas após toma da vacina, então a decisão deve ser mesmo individual.
    Senão o estado americano deveria ser obrigado a pagar uma indemnização a essas pessoas a quem obrigou e às quais não correu bem, lá nos USA.

    • Em 8 milhões de vacinados existe suspeita, sem relação demonstrada, que a vacina possa ter contribuído para a morte de 68 pessoas com média de 77 anos geralmente já doentes dentro da média típica de mortes nacional nessa média etária. Em 1 milhao e tal de infectados com covid morreram quase 18.000 pessoas. Criminosos são comentários de pessoas sem qualquer noção básica dos dados e da realidade, como é o caso do seu.

      • Diga-me lá dessas 18k que faleceram, quantos não encaixam na frase
        “Geralmente doentes dentro da média típica de mortes nacional”

        Quantas pessoas saudáveis morrem DE covid?
        Contar metade da noticia é igual a não contar noticia nenhuma..

      • Já agora sr Nuno,
        Tem acompanhado o caso de Israel, que já administrou mais de 1 milhão da 3 dose, e tem os números de novas infeções elevadíssimo?
        Ou o caso da Suécia o total oposto.
        Não seja fundamentalista, use o cérebro para questionar as coisas.. porque quando esta situação for exposta, você vai ser um dos tolinhos que vai ter de admitir que só falou porcaria.

      • Tretas…….obrigar uma pessoa a tomar uma vacina já vai contra a constitucionalidade do país Portugal. Depois ……temos que eu conheço pessoas na faixa etária dos 40-50 anos que tomaram a vacina e mesmo assim morreram. E se você tiver as patologias definidos no inquérito prévio à toma a vacina, vá lá tomar a vacina ver o que lhe acontece. Por isso que deve ser uma decisão individual, de cada um.

  2. Típico de um tirano!
    O Sadam usava argumentos iguais.
    Quantos desses internados têm vacinação completa? Não convém destruir a narrativa não é?

  3. Deveriam ser as pessoas a quererem ser vacinadas, mas a ignorância abunda naquele país… 1500 mortos por dia é muito… Não havia necessidade!!!

    • As pessoas com comorbidades deveriam procurar proteger-se sim, mas dai a tentar forçar uma vacina a todos, já é psicótico, Pois quando está mais que provado que ser vacinado não impede de transmitir.(basta olhar para os numeros de ago 2020 e ago 2021)
      A ideia de vacinar os jovens seria para eles não transmitirem.. mas mudaram a musica para “proteger”/minimizar, os jovem saudáveis não necessitam dessa proteção, tem o sistema imunitário que tem essa tarefa, e fá-la melhor que qualquer medicamento.
      E o governo só se safa com esta retórica porque usa pessoas mal informadas, fundamentalistas e com tiques fascismo como papagaios de serviço.

      • Argumentação patética, incapaz de sobreviver a uma única questão: os “negacionistas” são ou não recetadores – o nome usado não casual – e transmissores do vírus? Ok, a libertinagem dita “democracia” não permite a obrigatoriedade da vacinação, é um “direito” e uma irresponsabilidade para com o conjunto dos cidadão, Joe Biden vai o mais longe que lhe é possível sem infringir as leis constitucionais: se não querem ser vacinados, é dever do Estado proteger aqueles que o fizeram e os mais vulneráveis. Só existe uma forma de combater a irresponsabilidade, é colocando os “privilegiados negacionistas” perante o preço que terá que ser pago pelo privilégio de serem desastres sanitários ambulantes.
        Já que o pretexto do meu comentário é o que se passa nos USA, basta referir que entre 1942 e 1945, os militares mortos em combate, ferimentos, doenças e acidentes e outros, não terão ultrapassado os dois milhões, esta guerra, com 18 meses, já causou um terço do número de mortos em quatro anos. Só irresponsáveis não têm capacidade psicológica para se aperceberem desta brutalidade.
        Curiosamente leio tanta coisa sobre a China e deixei de ler noticias sobre o vírus. Se comparada com avançada e rica sociedade americana, a China deveria estar com um número de mortos a rondar os 6 000/dia. Não me parece que esteja a acontecer, os chineses não perguntaram ao povo se queriam ou não ser vacinados, no meio de tantas experiências e tretas, parece ter sido a única decisão política e sanitária que funcionou.

      • Caro amigo,
        Debatê-lo-ia ao vivo ou em formato vídeo a qualquer hora, para poder observar a sua incapacidade de pensar fora do que lhe ordenam.

        Os Vacinados são ou não transmissores do virus?
        Desde quando os “vacinados” tem de ser “protegidos” (é para isso que servem vacinas funcionais) de “não vacinados..
        E nessa ótica, os vacinados também não tem de ser protegidos de outros vacinados ( visto que também transmitem)
        A vacina serve para que? para minimizar? Mas minimizar o impacto do virus na saude pessoal não quebra a transmissibilidade, e se o problema passa a ser saúde pessoal, então é uma escolha pessoal. porque eu vacinado ou não vou infetar o próximo.

        Tome o exemplo das crianças. quase 99,9% das crianças não é hospitalizada, mas mesmo sendo vacinadas, podem transmitir o virus..

        Já olhou para Israel? Do que serviu tanta vacina?
        E para finalizar acredita nos números declarados de estados comunistas como China, Rússia e Coreia do norte?

      • E já que gosta de debater..
        Diga-me lá,
        A luz das vacinas atuais, o que um vacinado tem de superior a um não vacinado? (possivelmente os 2 já contraíram o vírus antes e estão naturalmente imunizados)

        Quando confere um “passe livre” na sociedade a um vacinado, que vantagem do ponto de vista de saúde , pode ser provada vs um não vacinado? (imunizado naturalmente)

        A Ciência diz:

        A mortalidade do vírus é aprox 0,2%

        Vacinados & Não Vacinados – Podem contrair o vírus
        Vacinados & Não Vacinados – Podem transmitir o vírus
        Vacinados & ex- infetados – Tem menor chance de desenvolver pneumonia Covid

        O Vírus é mortal quase exclusivamente para pessoas com sistema imunitário debilitado.
        Pessoas previamente Infetadas tem 3 a 17 x menos chance de ser reinfectados que os vacinados (ver Estudo de Israel)

      • Parece-me AS que o seu argumento é que não foi designado para debater, apenas uma superficial e frágil tentativa de bota abaixo.

  4. Se tivesse sido o Trump – um escroque, sem dúvida – a tomar uma decisão destas, a comunicação social já teria feito um enormal alarido. Mas como se trata de um presidente do partido democrata…

    • Não existe necessidade de dizer mal do Presidente Trump para tentar passar a mensagem a estes sem cérebro.
      Eles não vão ouvir na mesma.
      Foi esse habito de dizer mal do trump (como carimbo de autorização para falar, e status de virtuoso) que gerou esta situação toda.

      • Por norma não gosto do insulto e acho que todas as pessoas merecem ter opinião e que a mesma seja respeitada, goste -se ou não.
        Posto isto, continuo a achar que Trump é um indivíduo inqualificável, da mesma forma que o são os antivac, os terraplanistas e outros que tais. Mais grave no caso dos antivac e para provar isso basta ver os surtos que vão existindo de doenças consideradas erradicadas, mas não vou entrar em discussões estéreis. Tenho pena que não seja possível inibir os antivac da prestação de cuidados de saúde comparticipados. Queria ver quantos teriam coragem, sempre respeitando o princípio da voluntariedade, de assinar uma declaração em como abdicavam do tratamento comparticipado para poderem manter a sua convicção anti vacina. Isto de falar com as costas quentes, tem muito que se lhe diga!
        Sobre o meu comentário acerca do Biden, digo, para que fique claro, que concordo com a medida. O que abomino é a inexistência de comunicação social isenta. Ou a raridade da mesma!

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