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Novo dispositivo deteta precocemente metástases em doentes com cancro

National Cancer Institute / Wikimedia

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Um dispositivo descartável que permite detetar precocemente metástases em doentes com cancro está a ser desenvolvido por investigadoras de Braga com o apoio do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S).

Este dispositivo possibilita o isolamento e a análise automática das células tumorais circundantes, que têm a capacidade de se soltarem do tumor inicial, entrar na circulação sanguínea (por exemplo) e, posteriormente, fixarem-se noutro local, disseram à Lusa as investigadoras Lorena Diéguez e Silvina Samy, do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), de Braga.

A doença metastática “é diretamente responsável pela maior parte da mortalidade relacionada com cancro em todo o mundo”, indicaram as especialistas, acrescentando que o estudo das células tumorais circundantes permite aos médicos a monitorização contínua e em tempo real da sua progressão.

De acordo com as investigadoras, o dispositivo desenvolvido no projeto RUBYnanomed pode levar a um prognóstico mais preciso e a um tratamento personalizado, contribuindo para um melhor equilíbrio entre o custo, a eficiência e a sustentabilidade do sistema de saúde.

Existem outras duas soluções semelhantes a esta no contexto da prática clínica, uma que analisa as células tumorais circundantes (CellSearch CTC Test) e outra para análise de ADN tumoral libertado pelas células (COBAS).

Para as especialistas, a solução proposta pelo RUBYnanomed possibilita uma deteção mais rápida, com maior sensibilidade e especificidade, do mesmo tipo de células e de outros tipos celulares, associados a formas mais agressivas de cancro.

Até ao momento já foi realizado um estudo pré-clínico com doentes com cancro colorretal metastático, estando a decorrer um segundo, com pacientes diagnosticados com cancro de bexiga metastático.

Da equipa do RUBYnanomed fazem ainda parte mais quatro profissionais, com experiência e conhecimento em diferentes áreas.

Este projeto é apoiado pelo RESOLVE, um programa do i3S que auxilia a transferência de conhecimento científico e tecnológico de iniciativas inovadoras, em estágio inicial, com potencial de se traduzir em soluções para o benefício do doente e dos profissionais de saúde.

// Lusa

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