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Médica sem contrato e repreendida por usar máscara. Críticos na Suécia já sofrem represálias

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Angelo Carconi / EPA

São muitas as vozes críticas que já se levantaram contra a estratégia sueca em relação à pandemia de covid-19. Porém, muitas delas já sofreram represálias pela sua oposição às escolhas do Governo.

A abordagem da Suécia em relação ao combate à pandemia tem sido criticada tanto interna como externamente, sobretudo devido ao elevado número de vítimas mortais. Vários académicos, assim como professores e pais na Suécia, já se manifestaram contra a estratégia do país e os riscos impostos à saúde das crianças.

Até ao momento, cerca de 94 mil pessoas foram diagnosticadas com covid-19 e quase 6 mil morreram. Agora, os membros do Fórum da Ciência Covid-19 temem um aumento do número de casos em outono, mas os seus alertas nem sempre são bem-vindos.

“Tem sido tão, tão surreal”, afirmou a epidemiologista Nele Brusselaers, do Instituto Karolinska e membro do Vetenskapsforum, em declarações à Science Magazine. “É como se fosse um universo diferente”. Brusselaers decidiu regressar para a Bélgica, o seu país natal, devido às reações adversas.

Uma oftalmologista do hospital de Landskrona, Agnieszka Howoruszko, foi repreendida pelo seu superior por utilizar máscara durante as consultas.

Outra pneumologista do hospital de Sundsvall não teve o seu contrato renovado por andar sempre de máscara, o que a tornava “pouco amistosa para os doentes”.

Desde o início da pandemia, Anders Tegnell, o principal epidemiologista do país, aconselhou o Governo a manter a economia aberta e evitar o confinamento visto noutros países vizinhos, alegando que seria mais sustentável a longo prazo.

As autoridades suecas chegaram a desencorajar as pessoas de usarem máscaras porque, muitas vezes, são utilizadas de forma errada e provocam uma falsa sensação de segurança.

Muitos dos cíticos de Tegnell acreditam que as autoridades de saúde suecas têm o “objetivo escondido” de atingirem a imunidade de grupo de forma natural.

Porém, isto pode estar prestes a chegar ao fim à medida que as restrições se aproximam das dos restantes países europeus. Ainda assim, os críticos ainda não estão satisfeitos e apelam às autoridades de saúde para irem mais longe, limitando a capacidade dos transportes públicos a 50%, pedindo aos viajantes que regressem de zonas atingidas para fazerem quarentena ou recomendem o uso generalizado de máscara.

ZAP //

21 Comments

  1. Novos casos nos últimos 14 dias por 100000 habitantes (Fonte: Agência Europeia/Comunidade Europeia): Suécia ( não é recomendado o uso de máscara): 68,8; Noruega(recomendado, não obrigatório, uso nos transportes públicos apenas em Oslo):32,6; Com uso obrigatório de máscara, em diversos graus: Portugal:110,7;França:260,2; Espanha:307; Itália:56,5; Bélgica:277,7; Alemanha:41,5; Holanda:304,3.

    • Os números não podem ser vistos de forma tão simples. A Suécia faz metade dos testes feitos em Portugal logo o numero de casos por diagnosticar deve ser enorme. O numero de mortes são o triplo de Portugal logo e num país em que o sistema de saúde é superior ao de Portugal, isso leva a suspeitar que o real numero de casos deve ser bem superior. A Suécia é uma desilusão um país que sempre apostou na preocupação pelo bem estar dos seus idosos, optou pelo egocentrismo dos mais novos ao ponto de dizimar os mais velhos, inclusive alguns jovens.

  2. Contas mal feitas em alguns casos aqui. Fazendo bem as contas de Portugal, se em 100 000 for de 110,7, num milhão seria 1 107 e em 10 500 000 seriam110,7*100=11 070.

  3. Nº total de MORTOS na Suécia até hoje: 6000. Três vezes mais do que em Portugal, com idêntica população (aprox. 10-11 milhões). A estratégia na Suécia é, na prática, deixar morrer os mais fracos para, a longo prazo, conter os efeitos da pandemia. Mas, provavelmente, isso acontecerá quando já houver vacina ou tratamento eficaz. Não se recomenda.

    • Veja-se a mortalidade total, não apenas os contabilizados por covid. O covid é apenas uma das muitas causas de morte.
      Em Portugal, tristemente, morre-se por falta de assistencia médica também. A última vez que vi tinhamos mais 15 mil mortos que a suécia. Para dimensão semelhante do país (10 milhões) tinhamos 75 mil mortos os suecos apenas 60 mil. Embora se tenha tentado recuperar o sns, receio que estejamos pior que os suecos e o futuro não jogue a nosso favor quando vier o resto da fatura para pagar.

      • não diga disparates ,a Suécia tem 60 000 mortos, e Portugal com população idêntica têm 75 000,Portugal é que está a matar,este governo geringonço está a aniquilar os mais frágeis e esconde os factos graças a ovelhas que seguem cegamente tudo o que a descomunicação social comuna e tachista manda

      • Como já lhe disse informe-se em sites oficiais, estamos a discutir uma pandemia e não politica, não votei neste governo mas preocupo-me com o meu país e trabalhando na saúde espero que Portugal nunca se inspire no modelo Sueco.

    • …esconde os “fatos”? ..a geringonça anda de calções e t-shirt.
      Senhor Dom José, em Portugal escreve-se ” facto”, porque fato é outra coisa. No Brasil escreve-se “fato” porque têm outra palavra para o fato (de vestir)…’Terno (no Brasil) – fato (em Portugal)’
      Percebeu?

  4. O medo é a melhor forma de controlo. Por isso a desinformação. Não se fala do número de mortos diários, em Portugal. No ano passado morreram cerca de 100.000 pessoas. Quais as causas? Se falecerem 3.000 de Covid, será equivalente aos números óbito por gripe. Não será de proteger os imunosuprimidos e deixar as pessoas viver e trabalhar? As agendas políticas e do lobby farmacêutico não deviam prevalecer

    • Bem dito. A Suécia está a proceder com inteligência e técnica. Os políticos suecos estão se a apoiar em dados científicos e enquanto os nossos asnos políticos se apoiam em recomendações pouco fundamentadas da OMS que por sua vez é subjugada da China. Começam a surgir já estudos mais completos e independentes a confirmar o grande erro de todas estas medidas completamente eneficazes!

  5. Escreve-se “facto” porque se pronuncia o “c”. “Fato” é um nome colectivo e significa um conjunto de cabras. Quanto à pandemia, com máscara ou sem máscara, temos que deixar que ela siga o seu curso e fazer-lhe frente da melhor forma que pudermos! Não vale a pena comparações porque a Europa determinou, “ab initio” que as condições sociais dos diferentes países não convinha que fossem as mesmas.

  6. Bem, depois de tantas – doutas e elucidativas! – opiniões, eu apenas me resta dizer, que concordo parcialmente com umas, não me revejo noutras e/ou sendo mais objectivo:
    Não concordo, nem discordo, antes pelo contrário…

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