Marcelo adivinha o que os portugueses dizem “baixinho” e avança mais um candidato a Belém

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Presidência da República

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Os portugueses vão criticar “baixinho, na ceia de Natal”, o Presidente da República e o Governo pelas dificuldades que enfrentam. A previsão é de Marcelo Rebelo de Sousa que lança mais um nome na corrida à sua sucessão.

Foi no Palácio de Belém, em Lisboa, na tradicional cerimónia de apresentação de boas festas por parte do Governo, que Marcelo Rebelo de Sousa aconselhou quem exerce o poder a “não criar problemas adicionais aos problemas que já existem na vida do dia a dia”.

“Os portugueses percebem porquê a estabilidade é importante” em momentos como este e desejam que não se juntem mais “factores de instabilidade” aos que já existem, apontou o Presidente da República.

“O português joga no seguro. E jogar no seguro significa o quê? Significa que, provavelmente, baixinho, para a família na ceia de Natal, vai dizer muito mal do Presidente e um pouco mal do Governo, por causa da falta de dinheiro, da saúde”, atirou Marcelo.

“Está ali o senhor ministro da Saúde a sorrir, mas por causa disto, daquilo, daqueloutro, vai dizer, mas depois o que é facto é que entretanto esteve a reajustar miraculosamente o seu modo de vida“, prosseguiu.

Entre estes recados ao Governo, Marcelo também pediu “compreensão” aos portugueses perante a inflação, apelando para que não se juntem “factores de instabilidade” a este momento já de si difícil.

“Ninguém está a pedir aos portugueses que façam sacrifícios ilimitados, porque isso não há, mas que compreendam que esses sacrifícios têm uma razão de ser que vem de fora. E nós não controlamos“, acrescentou.

Os portugueses, “com as ajudas sociais também, mas mesmo sem ajudas sociais”, estão a ver como conseguem “aguentar esta situação da guerra” e os seus efeitos, acrescentou.

Contudo, estas medidas “são todas precárias” e “há imponderáveis que não dependem de nós”, vincou, realçando que os políticos portugueses “não têm o poder de colocar um ponto final na guerra”.

Antes destas palavras de Marcelo, António Costa tinha realçado a “relação cordial” entre o Governo e o Presidente da República, sublinhando que em alturas difíceis, “o que temos de fazer é dar as mãos e seguir juntos, lado a lado, nos caminhos que temos pela frente”.

O primeiro-ministro também prometeu que o Governo estará atento aos “efectivos problemas das pessoas e das empresas”, “sem distrações” com “outros fenómenos”, para os tentar “mitigar e minorar”.

Marcelo lança Durão Barroso a Belém

Foi já depois do encontro com António Costa, quando recebeu em Belém, o Conselho da Diáspora Portuguesa que junta portugueses e luso-descendentes residentes no estrangeiro, que Marcelo Rebelo de Sousa colocou no centro dos holofotes o nome de Durão Barroso.

Durão Barroso estava presente nesse momento, enquanto presidente da Mesa da Assembleia Geral do Conselho da Diáspora. E Marcelo recordou que o antigo primeiro-ministro e ex-dirigente do PSD tem, agora, “maior disponibilidade” para Portugal, uma vez que está de saída da presidência da Goldman Sachs International.

Essa disponibilidade surge numa altura em que “são muitos os chamados e, por natureza, apenas um escolhido”, disse Marcelo numa adaptação da citação bíblica que é atribuída a Jesus de que “muitos são chamados, mas poucos escolhidos”.

Presidente em modo de psicólogo do país

Neste encontro com elementos da diáspora portuguesa, Marcelo vestiu também o papel de psicólogo do país, analisando que estamos a viver um “período bastante emocional” no “tempo dos imoderados”.

Ora, Portugal “não está imune ao emocional”, nem “ao irracional” ou “às pulsões mais diversas”, sublinhou, realçando, contudo, que somos um país “muito vivido” com “quase 900 anos de História”.

Por isso, o país está “subliminarmente desperto para o que é preciso mudar para não perder oportunidades e maximizar ensejos, sobretudo nos mais jovens protagonistas, jovens e conhecedores do preço dos tempos perdidos”, continou.

Neste mesmo tom analítico, com mensagens escondidas, Marcelo realçou que vivemos “esta contradição entre aquilo que é duradouro na procura da segurança e aquilo que vai mudando subliminarmente“, apontando que Portugal “está a mudar e a querer desta forma compensar o lastro do que puxa para o conformismo“.

Marcelo continuou, quem sabe de olho em futuras eleições, apelando a que esta “mudança acelere no futuro e que não seja, 50 anos após o 25 de Abril, o regresso ao passado, ao já visto, à repetição do ensaiado com uns retoques suaves no que está sonhado ou concretizado”.

ZAP // Lusa

5 Comments

  1. O Sr.º Presidente da República, Marcelo Sousa, está a mentir, a inflação está a ser provocada pelas más políticas praticadas pelo Governo do Sr.º Primeiro-Ministro António Costa e a união europeia (ue).
    Sobre o ex-Primeiro-Ministro José Barroso, Henry Kissinger afirmou: «…é indiscutivelmente o pior Primeiro-Ministro na recente história política. Mas será o nosso homem na Europa…».

  2. “Os portugueses vão criticar “baixinho, na ceia de Natal”, o Presidente da República e o Governo pelas dificuldades que enfrentam”
    Criticar baixinho porquê??
    Ja não se pode criticar em tom alto?? ou será que a PIDE esta de regresso e eu ainda não sei?
    Seria de longe bem mais correto dizer que preferem que os Portugueses piem baixinho enquanto sofrem.

  3. Durão Barroso nem pensar. Não esquecemos do seu papel na Invasão do Iraque, quando recebeu nos Açores, o Bush, o Blair e o Aznar 4 dias antes da Invasão e no que ficou conhecida como a Cimeira das Lajes. Durão também foi uma nódoa durante a presidência da Comissão Europeia, chega!

  4. O País está muito mal governado. O Sr.PM tem capacidade e dinheiro para dar melhores condições de vida aos Portugueses. Infelizmente as medidas que tem surgido só servem para empobrecer o POVO.
    Encontrem alguém que contacte investidores que desenvolvam o País, para que os portugueses não tenham de estender a mão a caridade. E muito mais poderia dizer, mas precisa-se de um PM que nos ouça e não olhe só para a sigla do partido. Tenha um Santo Natal e que o NOVO ANO lhe dê melhores e maiores ambições que visem a diminuição das desigualdades existentes.
    AAlves

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