A liderança firme do Sporting, a acrobacia de Díaz e o Benfica de regresso às vitórias. Ainda o adeus a Maradona, Vítor Oliveira e Reinaldo Teles, visto da Linha de Fundo.
Matador Pote reforça liderança
- Sporting CP 2 (Pedro Gonçalves 8′ e 74′) – Moreirense FC 1 (Luis Neto 3′ p.b.)
Tranquilidade e personalidade souberam dar a volta ao resultado, levando a equipa leonina a mais uma vitória. A equipa treinada por Rúben Amorim mostrou ponderação, capacidade ofensiva, soube ter paciência para construir a reviravolta.
O Moreirense marcou aos 3 minutos. Lance rápido de contra ataque, André Luís lançou Anthony D’Alberto e do corredor direito saiu um cruzamento que Luís Neto, na tentativa de impedir que a bola chegasse a Walterson Silva, acabou por rematar a bola na própria baliza.
A leonina resposta foi imediata e, aos 8 minutos, surgiu o golo do empate. Na esquerda, Nuno Mendes a lançar no corretor Nuno Santos e o melhor assistente da equipa a comprovar o estatuto cruzando para mais um golo de Pedro Gonçalves.
Depois veio um período mais calmo na partida. Bem o Moreirense a saber condicionar a construção de jogo do adversário, espreitando sempre uma oportunidade para ferir o “leão”.
Na segunda parte, o jogo revelou aquilo que era esperado. A equipa de Moreira de Cónegos mais defensiva, numa missão de resistir para ser feliz. Tal não aconteceu e, depois de vários avisos, o golo da reviravolta acabou por surgir, novamente apontado por Pedro Gonçalves, aos 75 minutos.
Mais três pontos e reforço da liderança. Histórico! É a melhor pontuação (22 pontos) do Sporting à 8.ª jornada da Liga desde que a vitória vale 3 pontos (1995/96).
A última vez que os leões tinham conquistado 7 vitórias em 8 jornadas tinha sido em 1994/1995 com Carlos Queiroz. 21 golos marcados em 8 jornadas é o melhor registo ofensivo dos leões em 30 anos de Liga.
Díaz de arte… e venha o próximo
- CD Santa Clara 0 – FC Porto 1 (Luis Díaz 45′)
Tarde ventosa, chuva, condições adversas, mas tais condicionantes não justificam termos assistido a um jogo fraco, pouco emotivo. Faltou qualidade. Valeu a incerteza do resultado a trazer alguma emoção à partida.
O melhor do jogo aconteceu perto do intervalo. Correria sem oposição de Wilson Manafá pela direita, cruzamento à medida e Luis Díaz a fazer um grande golo. Todo no ar, remate acrobático, bola a bater no poste e a entrar. Momento soberbo do jogador colombiano.
Lance determinante a dar vantagem aos portistas, permitindo uma abordagem diferente para a segunda parte, mostrando robustez defensiva e controlando o jogo.
Foram mais 45 minutos de pouco futebol e produção ofensiva. Viu-se mais Santa Clara, mas a segurança portista no sector mais recuado foi fundamental. Não dando para jogar bem, importante para o FC Porto a conquista dos três pontos.
Missão alcançada com pragmatismo, numa demonstração coesa e defensivamente irrepreensível. Segue-se o Manchester City para a Liga dos Campeões.
O calendário, que tem merecido reparos de Sérgio Conceição, deixa marcas, retirando frescura à equipa de forma a abordar com mais estética alguns dos compromissos. O jogo nos Açores foi uma prova disso mesmo.
Foi 12.ª vitória do FC Porto frente ao Santa Clara, em 13 jogos. O Santa Clara voltou a ficar em branco: 6.º jogo sem marcar ao FC Porto. Foi a 5.ª vitória consecutiva do FC Porto (todas as competições), e a 2.ª vitória consecutiva neste campeonato, igualando o melhor registo da época.
Vencer sem convencer
- CS Marítimo 1 (Rodrigo Pinho 14′) – SL Benfica 2 (Pizzi 32′ e Everton 51′)
O Benfica regressou às vitórias na Liga, frente ao Marítimo (1-2). As águias estiveram a perder, com um golo de Rodrigo Pinho, mas deram a volta ao marcador, com golos de Pizzi e Everton. As águias apanharam um grande susto e voltaram a não convencer.
Jorge Jesus mudou três jogadores em relação ao empate com o Rangers: Vlachodimos, Otamendi e Pizzi nos lugares de Helton Leite, Jardel e Chiquinho.
De regresso ao onze três semanas depois, Otamendi voltou a errar — apresenta um número preocupante de erros individuais na temporada — e ofereceu a bola para o golo do Marítimo, bem aproveitado por Rodrigo Pinho. Com muita classe, Rodrigo Pinho fez um chapéu a Odysseas. Mais uma vez a ficar evidente a permeabilidade defensiva do Benfica.
A reação do Benfica foi complicada, muitos passes errados, lentidão e futebol previsível. Na insistência esteve o ganho dos encarnados. Grimaldo entendeu-se com Everton e este assistiu Pizzi, sem marcação na área, a aproveitar para fazer o golo da igualdade.
Intervalo com empate 1-1. Ilustrada a atitude dos insulares e a qualidade dos encarnados. De regresso ao jogo, o Benfica precisou de seis minutos para sossegar, marcando o golo da reviravolta, num lance onde Seferovic encontrou Everton e o brasileiro, que tem merecido reparos, num excelente execução, fez o segundo golo do Benfica.
Depois disto o jogo arrastou-se até ao apito final. Pouco Benfica, satisfeito com a vantagem. Marítimo sem conseguir executar o que pretendia, arriscou pouco, resolveu jogar quanto já era tarde.
Após duas derrotas consecutivas, o Benfica regressou aos triunfos na Liga NOS 2020/21 um mês depois. Há 5 épocas que o Benfica não marcava dois golos nos Barreiros. Éverton fez o 10.º golo da vitória na carreira, metade deles foram no Campeonato Brasileiro. O Marítimo somou o quinto jogo sem vencer na prova e caiu para zona de despromoção.
Frases da Semana
“Se calhar a dois minutos do fim do último jogo.”
À oitava jornada, o Sporting continua em primeiro lugar no Campeonato.
Rúben Amorim respondeu desta forma sobre a candidatura leonina ao título.
“O Braga luta para ganhar o próximo jogo. Apenas e só. Parafraseando o meu colega Rúben Amorim, a dois minutos do final do campeonato eu posso dizer que assumo qualquer coisa que possa estar para ganhar. Até lá não assumo nada.”
Carlos Carvalhal, treinador do Sporting de Braga.
“Fisicamente ele até me diz que está bem. O Benfica disponibilizou-lhe um pouco de tudo: tem uma bicicleta elíptica e outros aparelhos. Não falta nada e tem o apoio do clube. Agora, ao fim destes dias, a cabeça é que começa a dar sinais de inquietação. Está ansioso por voltar aos treinos e ajudar a equipa.”
Edgardo Lasalvia, empresário de Darwin Nuñez, afastado dos trabalhos do Benfica por ter testado positivo à covid-19.
“Nem sequer consigo dizer que estamos na corrida ao título. Não somos um cavalo, somos um pónei.”
José Mourinho, treinador do Tottenham, que com o empate frente ao Chelsea (0-0) colocou a equipa treinada pelo treinador português no topo da tabela classificativa com o Liverpool.
“Foi um dia triste para nós. Temos de lutar até ao fim. Quero agradecer-vos por todas as mensagens e pedir que rezem pelo Raúl Jiménez. Recupera rapidamente irmão!”
David Luiz, numa publicação nas redes sociais. Raul Jiménez foi operado com sucesso a uma fratura no crânio sofrida no domingo no jogo com o Arsenal num lance com David Luiz que fez o avançado mexicano perder os sentidos. Viveram-se momentos de pânico no relvado do Emirates.
“O problema é que os jogadores estão a perder a alegria de jogar futebol. Antes, era bom jogar uma ou duas vezes por semana, com os adeptos nas bancadas. Agora são três dias de diferença e depois outro jogo. Vamos ao Porto para ganhar e depois preparamo-nos para o jogo contra o Fulham.”
Pep Guardiola, treinador do Manchester City, criticado o número elevado de jogos.
“Quero ser claro. Disseram que seria melhor ficarmos fora da Europa. Quando se acaba em terceiro, com tantas más exibições na Champions, não vale a pena. Quando participei na Liga Europa, vi as equipas chegarem da Champions. Para mim isso é uma vergonha. Os perdedores não deviam poder juntar-se a quem está a batalhar. Não faz sentido para mim. Nas reuniões de treinadores expressei isso mesmo porque não é normal. Quem perde deve ir embora, ponto final. Deixa-se os outros jogarem”.
André Villas-Boas defende que as equipas eliminadas na Liga dos Campeões não deveriam ser repescadas para a Liga Europa.
“Não falam de nós, por um lado é bom, porque dá para picar os jogadores. Vamos pela calada e acreditamos.”
Pepa, treinador do Paços de Ferreira, depois da vitória por 2-0 sobre o Famalicão e a ventual presença na fase de grupos da Taça da Liga.
“Falhou muita coisa. Temos de mudar rapidamente.”
João Pedro Sousa, treinador do Famalicão, após a derrota em Paços de Ferreira por 2-0.
“Não quero estar num estado de sofrimento como antes. Depois de dois anos praticamente sem jogar fui para o Portimonense, um pequeno clube do campeonato português, para voltar a crescer, para voltar a sentir-me jogador de futebol. Jogava a 60% porque não podia correr sem dor. Quando saltava, tinha que cair com o pé direito. Isso foi na primeira temporada, mas a segunda foi ainda mais difícil. Eu nem conseguia dormir depois de cada jogo. Agora é que durmo bem.”
Jackson Martínez, avançado colombiano de 34 anos, que atualmente está sem clube, ainda não sabe quando vai colocar um ponto final na carreira.
“O Bruno Fernandes tem aquela presença, como Ronaldo tinha, e uma grande influência e impacto nos companheiros de equipa. Basta olhar para os nossos resultados desde a chegada dele. Tem muita energia, tem liderança e é um jogador de equipa, algo de que vamos precisar daqui para a frente.”
Ole Gunnar Solskjaer, treinador do Manchester United, voltando a elogiar Bruno Fernandes.
“Há uma sensação de meio segundo ou nem isso, em que inspiras e o ar te sabe diferente. Sinto que não estou bem e que me falta o ar. Começo a pensar que podia ser uma alergia… Quando vou ter com o treinador de guarda-redes, sinto que começo a ter um aperto no peito e noto que estou a ficar sem ar. Disse ao massagista: dá-me açúcar ou algo, porque não estou bem. Não sei o que se passa. Caí ao chão, não podia mais. Vejo que é algo sério. É como se estivesse numa piscina e, de repente, quisesse sair e não conseguisse. É uma angústia. Cada vez me faltava mais o ar.”
A Movistar+ divulgou os primeiros dois episódios da série “O Último Voo” que recorda a carreira de Iker Casillas e o enfarte do miocárdio que o levou a abandonar a carreira de forma precoce. O antigo guarda-redes recordou esse dia 1 de maio de 2019 ao detalhe.
Números da Semana
1 FIFA confirma Portugal no pote 1 no sorteio de qualificação para o Mundial2022. O sorteio da fase de qualificação está agendado para 7 de dezembro, em Zurique.
5 Portugal mantém quinto lugar no ranking da FIFA. Itália regressa ao top 10.
Portugal continua na quinta posição, agora com 1662 pontos, atrás da Inglaterra, quarta (1.670), num ranking que continua a ser encabeçado pela Bélgica (1.780), seguida da campeã mundial França, segunda (1.755), e do Brasil, terceiro (1.743).
9 Pedro Gonçalves não só é o melhor marcador do campeonato nacional como é o português com mais golos nas ligas europeias. Marcou nos últimos cinco jogos em que participou e só por uma vez não bisou: aconteceu frente ao Gil Vicente. Marcou dois golos ao Santa Clara, Tondela, V. Guimarães e, no sábado, ao Moreirense. O jogador do Sporting apontou nove golos na Liga e, assim, tem mais um do que Cristiano Ronaldo.
10 Número mítico, destinado aos prodígios, o maior deles foi Diego Armando Maradona. As homenagens acontecem em cada jogo de futebol, sinal de veneração, perpetuação da memória. Momentos arrepiantes, silêncios de chumbo, lágrimas, pesar. Diego é eterno.
Sublime a homenagem feita por Messi. Marcou o último golo do Barcelona diante do Osasuna (4-0). Tirou a camisola do Barça e exibiu uma do Newell’s, clube que os dois representaram na Argentina (Messi ainda na formação).
Arrepiante o que aconteceu na Bombonera. Aos 11 minutos, Cardona marcou para o Boca, e todos os jogadores correram em direção ao camarote do ídolo argentino para comemorar e aplaudir. Dalma Maradona, filha do ex-jogador, emocionou-se com o gesto.
100 Rui Patrício alcançou, com a vitória (2-1) do Wolverhampton sobre o Arsenal, o jogo 100 com a camisola dos “lobos”. Foi no verão de 2018, após o ataque à Academia de Alcochete, que Rui Patrício abandonou o Sporting para o primeiro desafio internacional, ao serviço do Wolverhampton, que, então, tinha acabado de subir à Premier League. Custou 18 milhões de euros.
200 O guarda-redes Jan Oblak chegou aos 200 jogos na Liga espanhola pelo Atlético de Madrid. Em 112 deles, o esloveno, ex-Benfica, não sofreu golos! Foi o que aconteceu no último jogo para o campeonato de Espanha: Valência 0 – Atlético de Madrid 1.
Momentos da Semana (negra)
O adeus a Maradona, Vítor Oliveira e a Reinaldo Teles
Maradona já não está no meio de nós…
A semana fica marcada pelo adeus a Maradona. O eterno domador da bola, idolatrado a nível global, morreu aos 60 anos. O bom rebelde deixou a Argentina em lágrimas e a “Tribo do Futebol” em estado de choque. Recorro às palavras de dois argentinos: Alberto Amato e Jorge Valdano. A magia vivida no fio da navalha.
“Foi um dos grandes ídolos argentinos, o que implica a tragédia inevitável. Maradona não tinha os 33 anos de Eva Perón ou os 45 de Carlos Gardel, mas compartilhou com eles a fogueira, a imolação, a oferenda. O menino humilde que chega tão longe exerce fascínio, traz em si uma certa autoridade moral que muitas vezes não tem, mas isto licencia autoconfiança, rebelião, fúria e ternura, tudo junto. O destino do ídolo está escrito como em uma peça: primeiro a miséria, a ascensão à glória e a tragédia final. A vida de Maradona parecia escrita por Shakespeare. E ele desempenhou o papel como o melhor dos atores. Maradona tentou se livrar dos vícios, da cocaína, do álcool, para cair novamente como Sísifo e sua pedra. Uma dessas recaídas afundou a Seleção Argentina na Copa do Mundo dos Estados Unidos. Até isso lhe foi perdoado. Construiu seu próprio Calvário, pregou os pregos na cruz na crença de que tudo lhe seria perdoado. Até que seu corpo se partiu como um galho frágil. O sofrimento nacional inconsolável. Mas ele estará por toda parte sempre. Se Gardel canta melhor a cada dia, Maradona e seus golos serão mais espetaculares. Mas é um absurdo: Maradona está morto e a tristeza é irremediável”.
Alberto Amato, jornalista do Clarín.
“Estávamos em Berlim à espera de um jogo pela Argentina e Bilardo insistia na necessidade de apurar a técnica e, como as obsessões nunca são pequenas, repetia sem parar que um jogador argentino tinha que viver com a bola nos pés. De manhã, à tarde e à noite, sempre com a bola. Dias a repetir o mesmo. Assim, na hora da refeição Diego saiu do quarto a dominar uma bola, apanhou o elevador enquanto continuava a dar toques , chegou à sala de jantar, sentou-se e a bola continuou sem cair enquanto debicava o pão, Bilardo entrou, viu-o e com um sorriso de orelha a orelha encheu-se de razão e afirmou: Estão a ver? Por isso ele é o Maradona”.
Jorge Valdano, antigo jogador argentino e companheiro de seleção de Maradona.
Reinaldo Teles. “70 anos a amar o FC Porto, 50 a lutar pelo FC Porto”
Faleceu no dia 25 de novembro, vítima de covid-19. O histórico dirigente do FC Porto morreu no Hospital de São João, onde tinha dado entrada em outubro, com complicações provocadas pela infeção por covid-19. Reinaldo Teles tinha 70 anos.
Entrou no Futebol Clube do Porto como praticante de boxe, onde foi campeão nacional. Viria a assumir funções diretivas na secção de boxe, precisamente, onde Pinto da Costa o foi buscar.
Quando o atual presidente portista foi eleito pela primeira vez, deixou a modalidade que lhe abriu a porta do clube e assumiu funções de diretor adjunto para o futebol, tendo depois assumido a liderança do futebol quando Telles Roxo morreu. Mais tarde passou a vice-presidente do clube e, com a criação da SAD, passou a assumir funções de administrador.
Admirado pelos adeptos e jogadores, afável, conselheiro, dirigente e amigo. Uma vida dedicada ao emblema portista. Um percurso pautado pela serenidade dos gestos e palavras.
Dirigente discreto, mas com elevada importância como fiel escudeiro de Pinto da Costa. Juntos conquistaram 62 títulos no futebol sénior. Em 1989, Reinaldo Teles recebeu o Dragão de Ouro como dirigente do ano, tendo sido distinguido em 1994 como sócio honorário e em 1998 com o Dragão de Honra.
“70 anos a amar o FC Porto, 50 a lutar pelo FC Porto Até sempre, Reinaldo Teles (1950-2020)”.
Foi desta forma que o Futebol Clube do Porto comunicou, no site oficial do clube, o óbito do dirigente que somava mais de meio século de ligação ao emblema portuense.
Grande sem grandes!!!
O futebol jamais o esquecerá. Fora dos relvados soube reunir amigos por todos os locais onde passou. Uma figura respeitada por adeptos, jogadores e treinadores. Amava o futebol, deu muito à modalidade, discutia e entendia o jogo como poucos.
Recatado na hora do sucesso – que foi muito – sempre foi dos primeiros a dar a cara nas horas más. Sincero, frontal, bom conversador, não era de meias palavras. Pautou-se como poucos no mundo do futebol. Deixou marca como profissional e, muito particularmente, como homem que tratava a todos com respeito. Ímpar a nível pessoal e humano.
Vítor Manuel Oliveira nasceu em 17 de novembro de 1953, em Matosinhos, e jogou no Leixões, Paredes, Famalicão, Sporting de Espinho, Sporting de Braga e Portimonense, entre 1970 e 1985, contribuindo para o regresso dos famalicenses à I Liga em 1977/78.
Em 1985 deu início a um percurso de treinador, com passagens por Portimonense, Maia, P. Ferreira, Gil Vicente, V. Guimarães, Académica, U. Leiria, Sp. Braga, Belenenses, Rio Ave, Moreirense, Leixões, Trofense, Desp. Aves, Arouca, Moreirense, União da Madeira e Desportivo de Chaves, antes de voltar a repetir passagens por Portimonense, Paços de Ferreira e Gil Vicente.
Tudo entre Primeira, Segunda Liga e terceiro escalão nacional (no Maia). Conseguiu nesse trajeto um total de 11 subidas de divisão, a última em 2019. Vítor Oliveira festejou a subida ao primeiro escalão do futebol nacional por Paços de Ferreira (1991), Académica de Coimbra (1997), União de Leiria (1998), Belenenses (1999), Leixões (2007), Arouca (2013), Moreirense (2014), U. Madeira (2015), Desportivo de Chaves (2016), Portimonense (2017) e Paços de Ferreira (2019).
Em 2017, o “Rei das Subidas”, foi destaque no The Guardian: “Conheça Vítor Oliveira, o treinador que conseguiu subir de divisão cinco épocas seguidas”. Em dez parágrafos, o jornal britânico resumiu a carreira do técnico de Matosinhos, desde o Portimonense, que começou a treinar depois de arrumar as chuteiras, aos 31 anos, em 1985, ao… Portimonense, para onde voltou na época 2016/2017, nada menos que para ser campeão.
Este caso de absoluto sucesso também levou o jornal “El País” a chamar-lhe “el ascensor automático”. 40 anos de futebol, 11 subidas de divisão e 4 títulos da II Liga.
Vítor Oliveira, morreu na manhã de sábado, dia 28 de novembro, aos 67 anos, enquanto passeava em Angeiras, Matosinhos, perto do local de residência. A última caminhada… de um vencedor. Vamos ter saudades.