Jornalista americano detido por fazer a mesma pergunta demasiadas vezes

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Um jornalista foi detido, esta terça-feira, no West Virgínia Capitol, por alegadamente ter causado distúrbios no edifício. O repórter decidiu insistir numa questão, que tinha colocado a dois membros da administração Trump, para a qual não estava a ter resposta.

Segundo a BBC, tudo aconteceu quando o jornalista “veterano” Dan Heyman decidiu colocar uma questão relativamente ao plano de saúde ao próprio secretário da Saúde, Tom Price, e à conselheira de Trump, Kellyanne Connway.

O repórter, que trabalha para a Public News Service, queria saber se os casos de violência doméstica vão ter cobertura no novo plano de saúde dos republicanos. Mas, como não obteve resposta, decidiu insistir.

“Ele [Tom Price] não queria responder. Por isso, insisti”, contou o jornalista, agora na posição de entrevistado, a outros órgãos de comunicação americanos, acrescentando que “seguiu” os membros da administração Trump mas com a camisola e o crachá que o identificavam claramente como sendo dos media.

“Este é o meu trabalho, é isto que é suposto eu fazer. Acho que é uma questão que merece ser respondida. Penso que o meu trabalho é fazer perguntas e tentar obter respostas”.

“Só estava a tentar fazer o meu trabalho”, lamentou o jornalista, acusado de interferir com processos governamentais e que agora pode vir a enfrentar uma pena de prisão.

De acordo com o relatório policial, Heyman estava a tentar “furar agressivamente a barreira dos agentes dos serviços secretos, ao ponto de os agentes terem sido forçados a removê-lo várias vezes daquela área”.

“O acusado estava a perturbar a senhora Conway e o Secretário Price”, lê-se ainda, apesar de o jornalista dizer que estava num local público e que não foi avisado nenhuma vez para se afastar.

A União Americana pelas Liberdades Civis já saiu em defesa de Heyman, argumentando que a sua “detenção é uma tentativa gritante de gelar uma imprensa livre e independente. As acusações são ultrajantes e devem ser retiradas imediatamente”.

“Eles [administração Trump] têm mostrado, desde o primeiro dia que Donald Trump chegou ao poder, que não querem saber da Primeira Emenda, ou da imprensa livre. Hoje, foi só mais um exemplo disso. É horrível”, afirmou Lynn Crofts, responsável pelo departamento legal da ACLU na Virgínia Ocidental.

ZAP //

10 Comments

  1. Os americanos sabem cuidar dos próprios direitos democráticos (embora por vezes ignorem os dos outros), e mais tarde ou mais cedo endireitarão o que ameaça agora entortar.

  2. Chamo a atenção de que pela (pelo menos) segunda vez, o ZAP anda a bloquear as minhas mensagens. Não sei se os posts são aprovados manual ou automáticamente, mas pelo tempo que demora deve ser manual, o que torna intensional o facto de que em determinada altura alguém deve clicar no meu email ou Nome e escolher “bloquear”.

    Tendo em conta que não digo palavrões, não insulto ninguém e não manifesto opiniões ou informação ilegal, gostaria de saber a razão de ser disto. Já uma vez tive de contactar a ZAP pelo Facebook para ter isto resolvido. Podem por favor averiguar o que se passa?

    Começou ontem… Postei um comentário sobre o despdimento do Director do FBI que não foi de todo publicado e agora postei um aqui há horas que foi igualmente bloqueado.

    Obrigado pela atenção.

    • O mesmo já sucedeu comigo duas vezes nos últimos dias.
      Hipóteses:
      Os comentários não são recebidos;
      Os comentários são recebidos mas são bloqueados.
      Se a segunda hipótese prevalece, para quê afinal comentar uma notícia?
      Também gostava de saber o que está a acontecer.

    • Esses “bloqueios” não são de agora. Há muito que eles acontecem. Por vezes têm explicação (teor político não “agradável” a “alguém do ZAP) e outras não. Já deixei de tentar perceber. Às vezes justificam mas essas justificações depressa caem em “saco roto” uma vez que não são seguidas (não são coerentes com futuros “bloqueios”). Não sei mesmo se este comentário seré publicado. A ver vamos.

      • Caro “Isto não é de agora”
        Pode por favor elucidar os restantes leitores sobre qual é exactamente o “teor político não agradável” do conteúdo que “alguém do ZAP” bloqueia? Tipo, concretamente, são bloqueados conteúdos de teor político mais amarelo, azul, cor-de-rosa, às riscas, às pintinhas…? Especificamente, consegue identificar, por favor? Obrigado.

      • Há dias enviei um comentário sobre toda a cambada de chulos e parasitas da igreja católica… que não publicado.
        Enviei um outro como curiosidade sobre a prepotência de alguns agentes da GNR sobre os cidadãos… que também não foi publicado.
        Como os meus comentários não ficam gravados no correio enviado recorra ao seu arquivo,caso não tenha sido já “apagado”.

      • Quer portanto dizer que o ZAP elimina todos os comentários críticos acerca da Igreja Católica (não apenas os que se referem a alguém como “chulos e parasitas”) – e que aliás, o ZAP nem sequer publica artigos críticos acerca da Igreja Católica para começar?
        Quer portanto dizer que o ZAP elimina todos os comentários críticos acerca da prepotência da GNR sobre os cidadãos (não apenas os que eventualmente o façam de forma imprópria) – e aliás, o ZAP nem sequer publica artigos críticos acerca das forças de segurança para começar?

      • O quê!? Outra vez!? Já estou cansado de o fazer. Basta ver as variadíssimas queixas que vocês (distraidamente) esqueceram-se de não publicar. Não preciso de dar qualquer exemplo. Basta ver hoje, a quantidade de comentários que não publicaram.
        Mas… como poderia dar algum exemplo se os comentários que me refiro, não chegaram a ser publicados? Faz sentido essa pergunta (em tom de ofendido). O barrete não serviu?

      • Caro senhor,
        Atirou ao ar uma acusação genérica que encerra em si uma suspeita insidiosa. Pedimos-lhe apenas a resposta simples a uma pergunta simples: o ZAP elimina os comentários de qual “qual teor político” exactamente?
        Caso continue a não indicar exactamente o “teor político” cujos comentários o ZAP elimina, tiraremos as nossas conclusões (concerteza os restantes leitores também) acerca do intuito do seu comentário, e daremos o assunto por encerrado.

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