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A seguir ao Estado, empresas alemãs são as que mais empregam em Portugal

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Mário Cruz / Lusa

Depois do Estado, as empresas alemãs são as que mais empregam em Portugal. Angela Merkel visita, esta quarta-feira, uma delas – a Bosch, instalada em Braga há quase 20 anos – no âmbito da sua visita oficial a Portugal.

Segundo o Diário de Notícias, logo a seguir ao Estado, as empresas alemãs são as que mais empregam em Portugal, com destaque para a Autoeuropa, Lidl, Bosch, Siemens e Continental Mabor.

No total, este ‘top 5’ alemão dá trabalho a 20 mil trabalhadores, mas não são as únicas. De acordo com Hans-Joachim Böhmer, diretor executivo da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã (CCILA), “os dados oficiais revelam que as empresas alemãs são responsáveis por cerca de 35 mil empregos diretos em Portugal, mas sabemos que são mais”.

“Calculamos que sejam aproximadamente 50 mil. A estes juntam-se os empregos indiretos, que não conseguimos quantificar, porque muitas indústrias alemãs têm fornecedores locais”, explica Böhmer, em declarações ao jornal.

De acordo com as contas do DN, só em 2016, as 400 empresas alemãs que operam no nosso país registaram um volume de negócios próximo dos dez mil milhões de euros – e quase metade desse valor resultou de vendas para o estrangeiro.

Para Böhmer, o século XXI está a criar um novo paradigma nas relações comerciais entre os dois países. “Os exemplos da Bosch ou da Mercedes, com o Delivery Hub, são muito emblemáticos. O investimento alemão era muito industrial mas as empresas que vêm agora trazem mais conhecimento e tecnologia. E escolhem Portugal porque há engenheiros e informáticos que conseguem satisfazer as exigências alemãs”.

“Essas empresas sabem que em Portugal o produto vai ser feito tal como seria na Alemanha, com qualidade. E no mercado do desenvolvimento de software não há os custos de transporte. É uma grande oportunidade para Portugal”, declara.

Merkel inicia visita a Portugal

A chanceler alemã inicia hoje uma visita a Portugal com um programa centrado na tecnologia e investigação, deslocando-se à Bosch de Braga e ao I3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde do Porto.

Realizada a convite do primeiro-ministro, a visita começa pelas 15h30 na multinacional alemã, instalada em Braga há quase 20 anos, para a inauguração da Nova Unidade de Tecnologia e Desenvolvimento da empresa, segundo o programa oficial.

A chegada ao novo Centro de Tecnologia e Desenvolvimento da Bosch é apontada para as 15h45, estando prevista uma “visita ao laboratório de desenvolvimento tecnologia Lidar” e, no auditório da Bosch, intervenções de António Costa, Angela Merkel e Dirk Hoheisel, administrador da Bosch.

Merkel e Costa seguem depois para o Porto em veículos Volkswagen produzidos na fábrica da Autoeuropa, em Palmela, onde vão visitar três laboratórios no I3S: o Bioengineered 3D Microenvironments, que trabalha na interface entre a bioengenharia e a biomedicina; o Nanomedicines & Translational Drug Delivery, centrado no desenvolvimento de sistemas de entrega de fármacos recorrendo em particular à nanotecnologia; e o Bioimaging, com foco nas áreas de biomateriais, nano-medicina e medicina regenerativa.

Às 17h50, está previsto “um encontro com os estudantes de doutoramento da Universidade do Porto”, no Auditório Mariano Gago. De acordo com o programa, haverá intervenções de Costa e Merkel, seguindo-se o debate com os alunos, no âmbito da iniciativa “Encontros com os Cidadãos sobre o futuro da Europa”, com conclusão prevista para as 18h50.

O instituto de investigação português na área das Ciências da Saúde foi criado para estreitar relações e sinergias entre o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), o Instituto de Engenharia Biomédica (INEB) e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP).

A colaboração entre os três laboratórios foi oficializada em 2003, com um protocolo de cooperação, o I3S efetivou-se como consórcio em 2014 e, em 2015, as equipas transferiram-se para o novo edifício, num investimento que ascendeu aos 21,5 milhões de euros.

Com 20 milhões de euros de orçamento anual, o I3S tem três grandes linhas de investigação (cancro, Interação e Resposta do Hospedeiro e Neurobiologia e Doenças Neurológicas), reunindo mais de 900 pessoas por 64 grupos de investigação.

Depois deste primeiro dia em que a chanceler germânica estará no norte de Portugal, na quinta-feira, deslocar-se-à a Lisboa, onde é recebida ao início da manhã pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.

Pelas 10h45, está prevista a chegada de Merkel ao Palácio Foz, iniciando-se, depois, uma reunião a sós com António Costa. Ainda de acordo com o programa oficial, pelas 11h20, terá início uma reunião alargada às comitivas dos dois governos e, a terminar, o primeiro-ministro e a chanceler alemã farão declarações à imprensa.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. É… e parece que, segundo o Diário de Noticias, em Portugal não há empresas portuguesas!…
    Quantos empregados tem as empresas portuguesas em Portugal?!
    Serão “meia-dúzia”?!…
    Enfim… é preciso ser mesmo muito básico para escrever uma barbaridade destas, mas, aparentemente, há “jornalistas” que acham que isto é notícia!…

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