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Convenção do Chega chumba (duas vezes) lista de André Ventura para a direção nacional

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Manuel de Almeida / Lusa

A proposta do presidente do Chega, André Ventura, para a direção nacional do partido foi hoje chumbada na convenção que decorre em Évora, ao não conseguir reunir os dois terços dos votos dos cerca de 500 delegados presentes.

De acordo com os estatutos do Chega, a lista proposta por Ventura para a direção nacional precisava de obter dois terços dos votos, mas nem sequer conseguiu atingir a maioria, alcançando 183 “sim” e 193 “não”. Ventura pediu a suspensão dos trabalhos para apresentar nova lista, que voltou a ser submetida a votação.

Na segunda votação, a lista do presidente do Chega foi chumbada pela segunda vez. Os delegados deram 219 ao “sim” e 121 ao “não”, segundo os resultados proclamados pela Mesa da reunião magna — ou seja, a lista ficou aquém dos dois terços necessários previstos nos estatutos.

Segundo o artigo 3.º do regulamento eleitoral nacional do partido nacional populista, se não for obtido o voto de dois terços dos delegados “deve o presidente eleito da direção nacional submeter nova lista, no prazo máximo de duas horas, aos delegados eleitos à Convenção Nacional, para votação no menor espaço de tempo possível”.

“A Convenção Nacional não poderá ser dada por terminada sem que seja regularmente eleita a lista da direção nacional”, estipula ainda o mesmo artigo.

O Chega realiza este fim de semana, em Évora, a sua II Convenção Nacional, com a qual se propõe afinar a estratégia, eleger novos órgãos dirigentes e alterar estatutos, num evento destinado a reafirmar o poder interno do seu presidente, André Ventura.

Também está prevista a alteração de estatutos para criar um organismo de juventude, à semelhança de outros partidos (CDS-PP, PSD, PS, PCP) e aumentar os mandatos de três para quatro anos, além da eleição dos novos órgãos sociais.

Segundo o partido, estão presentes cerca de 500 delegados de todo o país, mais 150 observadores e 50 convidados, incluindo membros de sindicatos e ordens profissionais.

Outros membros da extrema-direita europeia (Identidade e Democracia) vão estar presentes, como o belga e presidente da ID, Gerolf Annemans (Interesse Flamengo) ou o francês Thierry Marinai, antigo ministro de Sarkozy e atual membro da Frente Nacional.

Quero mobilizar Portugal pela força e pela herança que recebi de homens como Francisco Sá Carneiro, de que sou hoje o principal continuador. Quero continuar a conferir ao Chega a inspiração dos valores civilizacionais cristãos que homens como o papa João Paulo II nos ensinaram”, promete Ventura na sua moção de estratégia.

Nas eleições diretas de há 14 dias, Ventura foi o único candidato a presidente da direção nacional obtendo 99,1% dos votos dos cerca de 10 mil militantes aptos a votar. Após a reeleição, André Ventura prometeu “uma nova fase no Chega – um partido, um líder e um destino: o Governo de Portugal“.

ZAP // Lusa

6 Comments

  1. Também é curioso verificar, na convenção, a quantidade de incumprimentos das regras da DGS, levando a refletir se, afinal, o desrespeito pelas leis e pelas regras só é mau quando é feito por ciganos e outras minorias. Além disso, fica também a dúvida acerca das verdadeiras intenções deste partido quando manifestou tantas vezes, de forma tão veemente, preocupação com os possíveis contágios na festa do PCP. Enfim, é mais do mesmo, embora de forma mais descarada: as leis que queremos fazer são para tu cumprires, não se aplicam a mim.

      • Calma… acho que é bastante obvio que eu me referia a isto:
        “Quero mobilizar Portugal pela força e pela herança que recebi de homens como Francisco Sá Carneiro, de que sou hoje o principal continuador.”
        O Ventura só pode estar a falar de outro Sá Carneiro!…

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