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Comandos: Instrutores negam falta de auxílio e agressões

(dr) Exército Português

Esta terça-feira, quatro sargentos e instrutores do 127º curso de Comandos, no qual morreram dois instruendos, negaram em tribunal qualquer falta de auxílio sanitário às vítimas assim como as agressões pelos quais estão acusados.

No Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, os primeiros-sargentos Lenate Inácio, Gonçalo Fulgêncio, Messias Carvalho e o segundo sargento José Silva asseguraram que chamaram a equipa de apoio sanitário sempre que algum dos comandos apresentou sintomas que indicassem a necessidade de assistência.

José Silva garantiu que é mentira que os instruendos do grupo pelo qual era responsável tenham bebido apenas meio litro de água em cerca de 15 horas. “Não privei ninguém de beber água. Não privei ninguém de assistência médica“, afirmou.

Segundo a Renascença, os instrutores alegaram “desconhecer” qualquer tipo de excesso durante o curso, negando que tenham agredido ou maltratado algum instruendo. Sustentaram, também, que seguiram as orientações hierárquicas e que tudo foi feito dentro do que está estabelecido pelo manual de instrução.

“Nunca mandei rastejar no solo durante a noite. Nunca agredi instruendos. Os instruendos de hoje são os camaradas de amanhã, que vão estar a meu lado, que vão estar connosco nas missões”, salientou o primeiro-sargento Lenate Inácio.

Também o primeiro-sargento Gonçalo Fulgêncio, um dos seis militares que compunha a equipa de instrutores na carreira de tiro, negou as acusações de que terá empurrado e agredido os formandos com bofetadas e pontapés. “Nunca os agredi. Mandar rastejar é o que está previsto no manual de instrução”, disse.

Contudo, admitiu que, dada a limitação da carreira de tiro, é possível que alguns dos instruendos tenham rastejado em silvas, sem que essa situação fosse intencional.

O primeiro-sargento Messias Carvalho negou igualmente a prática de algum tipo de agressões, referindo que o grau de fadiga e exaustão dos instruendos do 127º curso de Comandos não era diferente de outros cursos onde havia sido anteriormente instrutor.

Esta quarta-feira, pelas 10h30, está prevista a inquirição de duas testemunhas, professores, através de videovigilância. Já durante a tarde terá início o debate instrutório.

A instrução é uma fase processual facultativa que visa a comprovação, a alteração ou o arquivamento por um juiz da acusação da acusação do Ministério Público, cabendo ao juiz decidir se leva ou não os arguidos a julgamento.

ZAP //

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