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Mais 13 mortes e 304 novos casos. Reabertura da economia em Lisboa questionada

José Sena Goulão / Lusa

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, com o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales

Embora a região Norte continue a ser a mais afetada pela pandemia, a situação na região da Grande Lisboa tem piorado. O Governo está a estudar o adiamento de algumas medidas de reabertura da economia na região de Lisboa e Vale do Tejo.

O número de mortos e infetados em Portugal voltou a aumentar esta quinta-feira. Nas últimas 24 horas registaram-se mais 13 mortes e 304 novos casos, elevando os números para um total de 31.596 infetados pelo novo coronavírus e 1.369 vítimas mortais. Assim sendo, regista-se um crescimento de 0,97% dos casos positivos.

Os dados revelados hoje através do boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral de Saúde ilustram ainda um aumento de 1% no número de óbitos. A taxa de letalidade global é de 4,33%.

Até ao momento, 512 pacientes estão internados em hospitais e 65 estão nos cuidados intensivos. Por outro lado, 11.078 pacientes estão em casa a recuperar. Há ainda 1.310 pessoas a aguardar resultados laboratoriais.

Além disso, o número de pacientes recuperados voltou a aumentar nas últimas 24 horas. Mais 288 pessoas recuperaram da doença, subindo para 18.637 pacientes curados em Portugal desde o início da pandemia.

A região Norte do país continua a ser a mais afetada pela pandemia, com um total de 16.718 infetados e 761 mortos. Segue-se a região da Grande Lisboa, cujo número de casos positivos tem aumentos nos últimos dias. Há um total de 10.320 pessoas infetadas e 340 vítimas mortais.

“A situação na região de Lisboa e Vale do Tejo mantém-se estável e o que se está a verificar é o que esperávamos: a existência de 200 a 300 casos de infeção diários. Nesta região, temos focos da doença, casos isolados e transmissão comunitária da doença”, disse a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, esta quinta-feira, em conferência de imprensa.

O Bairro da Jamaica é um dos principais focos, embora a situação esteja alegadamente controlada.

“Estão a ser tomadas medidas de carácter preventivo. A autoridade de saúde local pediu o encerramento dos cafés porque se juntavam muitas pessoas nesses espaços, as autoridades policiais podem vigiar esse encerramento mesmo em espaços ilegais”, disse ainda Graça Freitas.

O Presidente da República admitiu hoje que “a fotografia” da evolução da pandemia de covid-19 no país “é favorável”, mas admitiu preocupação com situação na região de Lisboa, onde tem crescido o número de infetados.

A “fotografia” da situação do país “é favorável”, “não há uma situação de descontrolo” em Lisboa e Vale do Tejo, mas sim de “atenção e preocupação”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, no final de mais um encontro, o sétimo desde o início do surto, em março, com especialistas sobre a “situação epidemiológica da covid-19 em Portugal”.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, na reunião de hoje “reconheceu-se o que há uma especial atenção e preocupação quanto à região de Lisboa e Vale do Tejo”, onde o indicador do risco de transmissibilidade – o R – “é ligeiramente superior”, de 1,01, acima da média nacional, inferior a 1. O R é o número médio de contágios causados por cada pessoa infetada.

“É patente a existência de focos e surtos, mas que estão a merecer atenção e preocupação” por parte das autoridades, afirmou.

Além dos motivos de preocupação em Lisboa, a que se referiu pelo menos por três vezes, Marcelo Rebelo de Sousa destacou “aspetos positivos”, com o R abaixo de 1 nas duas regiões autónomas, Alentejo, Algarve, Norte e Centro.

Outro “aspeto positivo” foi a evolução do número de internados nos hospitais, nomeadamente em cuidados intensivos, que “continua com tendência decrescente” e com “menor pressão” sobre essas estruturas.

Reabertura da economia em Lisboa questionada

O deputado Ricardo Baptista Leite (PSD) adiantou esta quinta-feira que o Governo vai estudar a possibilidade de adiar, na região de Lisboa e Vale do Tejo, a aplicação de algumas das medidas previstas no âmbito da terceira fase de desconfinamento.

“Neste momento, a vigilância epidemiológica é de fundamental importância, assim como eventualmente, para esta região ou pelo menos para alguns dos concelhos, considerar-se o atrasar das medidas previstas para dia 1 de junho é algo que tem de ser debatido e foi assumido por parte do Governo que essa reflexão será feita antes do Conselho de Ministros de amanhã [sexta-feira]”, afirmou o social-democrata.

Baptista Leite falava aos jornalistas no final de mais um encontro com sobre a “situação epidemiológica da covid-19 em Portugal”, o sétimo desde o início da pandemia, em março, e indicou que alguns concelhos desta região estão a causar preocupação relativamente ao número de novos casos.

Questionado se se trata de uma reabertura do país por regiões, a duas velocidades, o deputado do PSD respondeu que “o Governo disse que iria ponderar eventualmente uma resposta diferenciada para a região de Lisboa, mas não foi taxativo nessa resposta”.

Esta é a sétima reunião deste género, com especialistas, Presidente, Governo, líderes partidários e parceiros sociais, e na qual foram apresentados e analisados os dados relativos às primeiras duas fases de desconfinamento, um dia antes do Conselho de Ministros se reunir para decidir sobre a terceira fase de reabertura, prevista para dia 1 de junho.

ZAP // Lusa

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